Redação*
A Polícia Civil de Alagoas revelou, em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (22), detalhes da conclusão do inquérito sobre o assassinato do menino Rhaniel Pedro Laurentino, 10 anos, ocorrido em 12 de maio, no bairro do Clima Bom. A mãe do garoto e o irmão do padrasto foram presos na sexta-feira (19) por participação no crime.
O padrasto já está preso desde o mês de junho, acusado de estupro contra uma menina de 12 anos, sendo também apontado como envolvido no crime que vitimou Rhaniel.
O delegado Ronilson Medeiros disse que as linhas de investigação foram diversas. “A mãe tinha a credibilidade de genitora, porém, havia diversos conflitos familiares, e a polícia seguiu de início às indicações dela, mãe. Por vezes, ela foi à imprensa fazendo vídeos, defendendo o padrasto”.
A polícia chegou a investigar a participação de outro envolvido, mas o padrasto figurava como principal suspeito. E seu irmão passou a ser investigado. A investigação apontou que Rhaniel foi morto na madrugada do dia 12 de maio.
De acordo com o delegado Bruno Emílio, o padrasto de Rhaniel, de 28 anos, trocou mensagens com o irmão, de 25 anos, no dia 11 de maio deste ano, e o convidou para usar drogas na casa onde morava com a mãe do menino, de 37 anos.
O crime teria acontecido após esse consumo, na madrugada do dia 12, e somente na madrugada do dia 13 o corpo do menino teria sido desovado no terreno onde foi encontrado. “Segundo os laudos técnicos e cadavérico, quando foi achado, o corpo já estava flácido, o que acontece somente após 24 horas após a morte”, explicou o delegado.
Também chamou a atenção da polícia o fato de que, apesar de haver seringas e preservativo perto do cadáver, o corpo estava limpo e vestido. Após a perícia, foi constatado que ele teria sido lavado e vestido, mas havia marca de material genético do padrasto e do irmão dele, na cueca do menino. Além disso, dentro do preservativo não foi encontrado material genético, o que indica que foi usado para introdução de algum objeto no ânus de Rhaniel.
Segundo os delegados, o padrasto já tinha sido preso em São Paulo por roubo e tráfico de drogas e é usuário. O irmão dele, também era usuário. O menino Rhaniel, conforme apontam as investigações, reclamava para outros familiares do relacionamento da mãe com o padrasto e sobre o consumo de drogas dentro de casa.
“Dias depois, encontramos 78 pesquisas de cunho pornográfico envolvendo adolescentes e idosos e 48 referentes a homicídios no celular da mãe. Isso já demonstrava uma pré-disposição para esse tipo de crime. A mãe teria acobertado tudo, e ajudado a ocultar o corpo. Existem relatos de que ela já espancara o menino antes, e há históricos dessa relação conflituosa em casa”, disse o delegado Bruno Emílio.
A mãe de Rhaniel Pedro levantou suspeita de participação no assassinato depois de ter vendido a bola que recebeu de presente durante a homenagem para o menino na final do Campeonato Alagoano deste ano.
Segundo foi levantado, ela teria cobrado R$ 1,5 mil para comercializar a bola, o que fez as autoridades perceberem que a mãe não tinha muito apego pelo garoto.
Ela tinha menos de um ano de envolvimento com o padrasto do menino, e Rhaniel não aprovava o relacionamento da mãe.
De acordo com os delegados, o inquérito foi concluído e remetido à Justiça. Os suspeitos foram indiciados por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e estupro de vulnerável.
*com PC-AL