Redação
A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) determinou, nesta quarta-feira (11), a extinção da ação penal contra o delegado e ex-chefe da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, apontado como mandante do atentado contra o juiz aposentado Marcelo Tadeu, mas que acabou causando a morte do advogado mineiro Nudson Harley, em 2009.
Na análise do pedido da defesa de hoje, os desembargadores reconheceram ausência de justa causa para a ação penal. A decisão, porém, ainda cabe recurso. Cerqueira foi indiciado no inquérito da Polícia Federal, após federalização do caso.
O ex-delegado-geral foi, então, denunciado pelo Ministério Público. Cerqueira pediu exoneração do cargo de chefe da Polícia em abril do ano passado, quando o indiciamento foi revelado. Nudson estava em Maceió e acabou sendo confundido e morto a tiros.
Versões
Quando a investigação da Polícia Federal veio à tona, mais de dez anos após o crime, o juiz aposentado Marcelo Tadeu soltou o verbo, criticando o Tribunal de Justiça e o Ministério Público, além da própria Polícia Civil. Ele, porém, acredita que há alguém maior por trás de Cerqueira.
Em entrevista à época, Marcelo Tadeu, indignado e com a voz alta, cobrou o ex-delegado-geral: “Diga para quem o senhor fez isso?”, disse, completando: “Será que é isso que faz você ficar no poder por 10 anos?”
“Quem tem ou quem teria que dizer a mim, é você, Paulo Cerqueira. Vossa senhoria tinha a obrigação de dar uma resposta, mas cuidou de maquiar o inquérito, inclusive na 17ª Vara, a vara que combatia todos os crimes, menos o meu”, desabafou na época.
Já Paulo Cerqueira se defendeu, afirmando que a PF se equivocou em promover o indiciamento. “Rechaço, em nome da verdade, qualquer envolvimento em trama criminosa, muito menos em desfavor de uma pretensa vítima, com a qual sempre mantive relação cordial e respeitosa, e que a mim sempre dispensou o mesmo tratamento respeitoso, não tendo no passado e no presente qualquer motivação para ataque à integridade física do então magistrado”, declarou.