Redação*
A Polícia Civil de Alagoas indiciou 77 pessoas por envolvimento em fraudes nos concursos para Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e da própria Polícia Civil. Elas também foram indiciadas por organização criminosa.
A informação foi repassada nesta quarta-feira (18), na apresentação do resultado das investigações da Operação Loki. Os investigadores também pediram à Justiça o afastamento de 61 candidatos do certame. Todos os afastados, segundo a Polícia, já foram eliminados dos concursos pela empresa organizadora.
No total, foram indiciados 20 candidatos ao cargo de agente de Polícia Civil, 37 candidatos a soldado e 10 a oficial da PM, e seis ao cargo de soldado do Corpo de Bombeiros Militar. Alguns foram eliminados em mais de um certame.
Em média, cada candidato pagava uma entrada de R$ 5.000 pela aprovação em concurso de nível médio e o dobro para as vagas em nível superior. Após a nomeação, o segundo pagamento seguia regras a cada caso, mas sempre com base no valor da margem para o empréstimo consignado. Houve cobranças de R$ 100 mil reais.
“A população ajudou bastante através de denúncias na identificação dos fraudadores, que atuavam nos estados de Alagoas, Paraíba, Sergipe e Pernambuco. Desde as primeiras informações, iniciamos as ações e conseguiram prender 17 pessoas. Os materiais apreendidos durante a operação foram vastos. Fizemos análises em cerca de 29 terabytes de dados com os melhores equipamentos usados no mercado, tudo com apoio do Instituto de Criminalística de Alagoas e também do Governo Federal”, afirmou o delegado-geral Gustavo Xavier.
Ainda de acordo com as investigações, há indícios da atuação da fraude em concursos das empresas como Cebraspe, Cesgranrio, FGV e bancas regionais. Todas elas foram comunicadas sobre as apurações e constatações. “Informamos sobre o modus operandi da organização criminosa para que elas tomem providência no sentido de reforçar as ações que garantam uma maior segurança na realização das provas dos próximos certames”, concluiu o secretário de Gestão Interna, José Carlos dos Santos.
“A conclusão da investigação não tem só um efeito repressivo, nós queremos garantir que os próximos concursos sejam ainda mais vigiados e fiscalizados. Também reforçamos aos que estão estudando que se sintam mais seguros, pois estamos atuando para que as futuras provas sejam realizadas da forma mais lícita possível”, enalteceu o delegado Lucimério Campos, que também fez parte das investigações.
*com SSP/AL