O agora ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados Marcelo Ramos (PSD-AM) criticou hoje em plenário o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), por destituí-lo do cargo e o acusou de fazer isso a mando do presidente Jair Bolsonaro (PL). Lira rebateu e afirmou que quem procurou outro Poder foi Ramos, ao recorrer ao Judiciário, e que o ex-aliado está atrás de “holofotes”.
O embate ocorreu após Lira declarar vago o cargo de Ramos, por ele ter trocado o PL pelo PSD, e convocar eleição para substituí-lo, amanhã. O novo eleito terá que ser do PL e cinco nomes se candidataram para a disputa: Lincoln Portela (MG), Flávia Arruda (DF), capitão Augusto (SP), Fernando Rodolfo (PE) e Bosco Costa (SE).
Ramos subiu à tribuna da Câmara para discursar nesta terça-feira e disse que a decisão de Lira não foi regimental nem jurídica, mas política. “E uma decisão política perigosa porque atenta contra a liberdade e autonomia deste Poder. Quando o Executivo ataca a democracia é perigoso. Quando o Legislativo se consorcia com o Executivo para atacá-la é mortal”, afirmou.
O parlamentar do PSD disse que sofreu ameaças por se posicionar a favor da zona franca de Manaus e conseguir liminar na Justiça contra decisão do governo de cortar impostos que prejudicaria as empresas da região. “Não fui escolhido pelo povo do Amazonas para ser vice-presidente. Fui escolhido para defender os interesses do meu Amazonas”, rebateu.
/Valor















