Redação
Dados do (Vigisan), da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN), divulgados nesta quarta-feira (14) mostram que Alagoas é o estado em que possui mais casos de insegurança alimentar grave, atingindo 36,7% das famílias pesquisadas.
A fome atinge três em cada dez famílias no Brasil. De acordo com o levantamento, com a escalada da fome durante a pandemia, em 2022, 33,1 milhões de pessoas relataram não ter o que comer.
O número de pessoas com fome corresponde a 15,5% da população brasileira. Esta parcela da população vive insegurança alimentar grave, quando há privação no consumo de alimentos e fome.
Outros 15,2% vivem insegurança alimentar moderada, quando não há quantidade suficiente de alimentos. Além disso, 28% dos brasileiros passam por insegurança alimentar leve, quando há incerteza quanto ao acesso à comida em um futuro próximo.
A maior proporção de famílias nessa situação está nas regiões Norte e Nordeste do país. Alagoas, Amapá, Pará e Sergipe são os estados que às famílias mais passam fome no Brasil.
O estudo mostra que, mesmo com a criação de programas como o Auxílio Brasil, 58,2% da população com renda de até meio salário mínimo ainda sofre com insegurança alimentar moderada ou grave.
Entre os que recebem mais de meio salário mínimo ou um salário mínimo inteiro, a porcentagem de insegurança alimentar moderada e grave é de 21,8%.
“Já não fazem mais parte da realidade brasileira aquelas políticas públicas de combate à pobreza e à miséria que, entre 2004 e 2013, reduziram a fome a apenas 4,2% dos lares brasileiros. As medidas tomadas pelo governo para contenção da fome hoje são isoladas e insuficientes, diante de um cenário de alta da inflação, sobretudo dos alimentos, do desemprego e da queda de renda da população, com maior intensidade nos segmentos mais vulnerabilizados”, avalia Renato Maluf, Coordenador da Rede PENSSAN.