Da Redação
Um cidadão alega que, durante consulta clínica para renovação da habilitação, foi alvo de assédio eleitoral cometido por um médico que trabalha na Clindetran, credenciada ao Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas (Detran/AL). O caso aconteceu nesta quinta-feira (27), na Jatiúca, e a reclamação já foi protocolada na Ouvidoria.
O condutor, de nome preservado, relata que, no meio do atendimento, o próprio médico entrou em assuntos sobre política, afirmando que era para agradecer a Deus e ao presidente Jair Bolsonaro pelo tempo de renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ter passado de 5 para 10 anos, medida sancionada pelo Governo Federal em 2020.
O motorista, então, respondeu que só agradecia a Deus, porque essa ampliação da validade foi o único ato positivo do presidente ao longo do mandato. Não satisfeito, o médico teria, segundo o denunciante, alongado o assunto, perguntado por que o paciente não agradeceria ao presidente e afirmado que os governos anteriores tinham aumentado a fome e a miséria no país.
“Me senti coagido no momento e fiquei super nervoso, pois o mesmo insistia em sua fala pelo simples fato de eu não concordar em agradecer por uma coisa que, na minha visão, não é mais do que obrigação do presidente enquanto chefe de Estado. Essa foi a única reação que tive no momento”, disse.
Citando o despreparo do médico, ele pede que a diretoria do Detran tome providências. O condutor ainda relata que a clínica presta um atendimento “horrível”, pois na recepção e na sala para tirar foto e colher digitais faz um calor insuportável, pois não há climatização, sendo o único lugar com ar-condicionado o ambiente do médico.
“Por tudo que vem ocorrendo no país durante esse momento de eleição, acredito que ele enquanto médico esqueceu das suas obrigações éticas, que são impostas pelo código de ética da medicina. Aquele não era o momento nem o ambiente propício para tal conversa com um paciente”, afirmou.
A reportagem procurou a assessoria do Detran Alagoas, que ficou de emitir nota, a qual será adicionada à matéria assim que enviada. A Folha também busca contato com a clínica citada na denúncia.