Herdeiros de João Lyra, que faleceu aos 90 anos em 2021 por causa da covid-19, entraram em uma nova disputa na Justiça pela função de inventariante no processo envolvendo o patrimônio do usineiro. A briga envolve cinco dos seis filhos de Lyra.
No caso, Thereza Collor, viúva de Pedro Collor de Mello, e seus irmãos tentam afastar a mais velha, Maria de Lourdes Pereira de Lyra, do processo de inventário e destituir a administradora judicial Telino e Barros Advogados Associados da massa falida Laginha.
Na Justiça, eles pedem que Thereza substitua Maria de Lourdes como inventariante. Toda essa conjuntura foi trazida em reportagem do Estadão. De acordo com a defesa dos irmãos, Maria de Lourdes foi omissa em relação aos interesses do espólio na falência da Laginha, e o valor patrimonial do espólio depende do que acontecer no processo de falência da empresa.
Para os irmãos, Maria de Lourdes deveria ter questionado o administrador judicial (AJ) sobre a possibilidade de a Laginha participar do “QuitaPGFN”. Trata-se de um programa da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional em que até 89,5% da dívida com o Fisco poderia ser perdoada, o que significaria que, se a Laginha tivesse aderido, possivelmente sobrariam ativos da massa falida para ser divididos entre os herdeiros.
Segundo apuração do Estadão, os ativos da Laginha podem se aproximar de R$ 3 bilhões. Na última vez que Lyra foi eleito, em 2010, quando venceu para deputado federal, ele havia declarado patrimônio de R$ 240 milhões, o maior entre todos os postulantes. Em correção monetária, o valor hoje seria equivalente a R$ 510 milhões.