Redação
Na sessão que definiu a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, os senadores alagoanos Renan Calheiros (MDB), responsável pelo requerimento, e Rodrigo Cunha (Podemos), trocaram farpas e acusações sobre os objetivos da investigação.
Cunha contestou a criação da CPI, pois não caberia intervenção do Congresso Nacional no tema, e argumentou que o senador Renan não deveria ser autorizado a participar da comissão por conta de seu histórico.
“Pode alguém que tenha sido presidente da empresa (Salgema, antecessora da Braskem) investigá-la? Se o governador (Renan Filho) permitiu a exploração que causou o dano, pode seu pai estar aqui avaliando? Há uma confusão entre investigado e investigador”, questionou Cunha.
Na sequência, citou ainda a acusação de corrupção passiva envolvendo Renan, com indiciamento pela Polícia Federal em 2021, num suposto recebimento de propina de R$ 1 milhão da Odebrecht, sócia majoritária da Braskem. “É possível alguém que tem relações com a empresa querer investigá-la?”.
Como resposta, Renan criticou Rodrigo por colocar obstáculo à criação da comissão: “O que a Braskem proporcionou a Maceió foi o maior acidente ambiental urbano de todos os tempos no mundo. Não é demais observarmos no Senado alguém preocupado em não haver investigação, para garantir a impunidade”.