Redação Grupo Folha
Moradores e comerciantes vítimas da Braskem fizeram um novo ato nesta quarta-feira (13), desta vez na orla de Ponta Verde. Com cartazes, eles protestaram contra a petroquímica e reivindicaram seus direitos.
“É um grande ato de repúdio a tudo aquilo que a criminosa Braskem vem fazendo desde os anos 1970 aqui em Alagoas. Cinco bairros da nossa capital afundam, comunidades inteiras isoladas”, disse Maurício Sarmento, um dos coordenadores do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB).
A instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a Braskem também foi comemorada pelos presentes na manifestação. “É um dia importante para a luta porque se instalou a CPI da Braskem. Com ela, vamos deixar a Braskem nua, vamos revelar tudo aquilo que ela fez nos últimos anos”, completou.
Já o morador da rua Marquês de Abrantes, no Bebedouro, Romualdo Oliveira, segue ilhado entre bairros evacuados. “Estamos lá isolados de toda Maceió. Estamos sofrendo a mesma patologia do Pinheiro, Mutange, regiões que já saíram”, lamentou.
Romualdo disse esperar que essa CPI saia logo do papel para descobrir aqueles que sabiam do problema e não tomaram as devidas providências, incluindo, nisso, autoridades. A comissão foi instalada, mas só deve iniciar os trabalhos em fevereiro de 2024, na volta do recesso parlamentar.
Quem também participou do ato foi o pescador Jailson Alves, pescador e morador do Flexal. “Perdi um pequeno comércio, minhas filhas trabalhavam e estudavam no bairro, e chegou a Braskem para tirar nosso sossego, o pão do dia a dia, proibindo a gente de pescar. Pelo amor de Deus, nos ajudem”, apelou.