Redação*
A partir de 1º de janeiro, qualquer editora terá o direito de publicar obras como Vidas Secas, Angústia e São Bernardo, entre outros livros do ícone literário Graciliano Ramos (1892-1953). Apesar dos esforços dos herdeiros do escritor alagoano para evitar que as obras entrassem em domínio público, não houve alternativa: qualquer pessoa poderá utilizar livremente esses materiais sem necessidade de autorização ou pagamento, seja para produzir filmes, peças teatrais ou musicais.
O escritor Ricardo Ramos Filho, neto de Graciliano, expressou sua preocupação quanto à exploração comercial das obras dizendo que não é contra o acesso gratuito à criação de um autor no ano seguinte aos 70 anos de sua morte (como prevê a lei de direitos autorais), mas que não concorda com a comercialização onde quem ganha não é a família ou o público, mas sim a editora.
Ainda segundo Ramos Filho, ao contrário de muitos outros autores cujas obras são redescobertas quando entram em domínio público, Graciliano Ramos nunca ficou de fora das prateleiras. O exemplo desse sucesso é o best-seller Vidas Secas, com quase dois milhões de exemplares vendidos.
A Record, que é a editora dos livros de Graciliano desde 1975, quer se manter como referência. Entretanto, Companhia das Letras e Todavia já trabalham para lançar os primeiros livros de suas coleções dedicadas ao autor.
/Agências