Redação
Em mais um capítulo do imbróglio jurídico, a Rede Globo aponta três ocorrências graves que supostamente ocorrem na TV Gazeta de Alagoas: assédio moral, sobrecarga dos funcionários e superfaturamento nos salários dos executivos.
O relatório foi anexado ao processo judicial em que as duas travam duelo sobre a manutenção ou quebra da afiliação. A Globo não deseja renovar o contrato, enquanto a Organização Arnon de Mello (OAM) pede a continuidade, citando a situação financeira e a recuperação judicial em trâmite.
Na primeira instância, o juiz Léo Denisson deu liminar favorável à TV de Fernando Collor. Em seguida, o desembargador Paulo Zacarias cassou a decisão. Agora, ela será analisada em colegiado. Por enquanto, o contrato está mantido até julgamento do mérito, por isso, a Gazeta segue no ar.
No documento obtido pela Folha de São Paulo, a Globo cita o caso de um executivo da Gazeta que chega a receber R$ 67 mil por mês, cujo salário, para a emissora, está muito acima do praticado no mercado, ainda mais considerando Alagoas, segundo menor estado brasileiro.
A Globo justificou a apresentação desse exemplo para dizer que se a Gazeta consegue pagar uma remuneração desse porte, logo pode sobreviver sem a parceria. Na ação, a Gazeta, por sua vez, alega que 72% do seu faturamento vem da afiliação. Assim, se perder o contrato, vai falir e não pagar os credores.
Já sobre o assédio moral e sobrecarga, o conglomerado da família Marinho apresenta condenações na Justiça que a Gazeta sofreu por tais crimes, gerando indenizações às vítimas, que são ex-funcionários.
Além disso, foi citada a condenação de Collor, no Supremo Tribunal Federal (STF), por corrupção e lavagem de dinheiro, que, em parte, era feita através do uso da organização de mídia alagoana.
“De acordo com as políticas de compliance da Globo, esses elementos seriam suficientes para justificar a rescisão do contrato”, defende a emissora, sobre o fim da parceria após 48 anos.