Da Redação
As tradições culturais vêm sofrendo um duro golpe em Maceió. Justamente na véspera de São João (23), data mais simbólica dos festejos juninos, a prefeitura de Maceió pagou milhões para pagodeiros e sertanejos, menos forrozeiros autênticos.
As atrações principais no dia/véspera do “São João” da capital foram os cantores, Belo – pagodeiro, e Gustavo Lima – sertanejo, só eles levaram quase R$ 2 milhões pra tocar ‘pagonejo’.
Além deles, outros artistas sem representatividade alguma quando o assunto é cultura nordestina, encheram os bolsos por algumas poucas horas de apresentação, cantando de tudo, até sofrência, menos o forró de verdade.
Enquanto isso, artistas locais, grupos de cultura popular, trios pé-de- serra, por exemplo, são totalmente desvalorizados e humilhados para receberem cachês de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais).
Tudo ao seu tempo e a sua hora, pagode na véspera de São João? Em Barretos, por exemplo, acontece isso? A resposta é NÃO.
O São João de Maceió deixou de ser um festejo junino e passou a ser um festival de música, envolvendo milhões e milhões de reais, com muitos interesses financeiros e negociações, no mínimo, estranhas.
Uma cidade com tantos problemas estruturais, com tanta desigualdade social, precisa estabelecer prioridades que transformem a vida das pessoas no mundo real, sobretudo, daqueles que mais precisam.
Por fim, fica a reflexão: é lamentável, mas ao que parece, a política do pão e circo dá resultado.