Redação
Isolados do restante da cidade após o crime da Braskem, moradores do bairro dos Flexais enfrentam há anos a falta de serviços essenciais, como transporte e postos de saúde, e pedem por realocação, assim como foi feito com bairros vizinhos.
Após o falecimento de Maria Tereza da Paz, conhecida como Dona Pureza, na última quinta-feira (31), cerca de 50 moradores das áreas afetadas pela mineração se reuniram, nesta segunda-feira (4), em frente ao canteiro de obras da Braskem para protestar contra o processo de revitalização da área.
A reportagem da Jovem Pan Maceió esteve na manifestação e registrou os manifestantes bloqueando a saída das máquinas da empresa, em mais uma tentativa de pressionar por uma solução para suas demandas.
Um morador identificado como Antônio relatou à nossa equipe que o protesto é uma reação ao descumprimento do prazo para a revitalização, encerrado em 6 de outubro. Segundo ele, a comunidade tem enfrentado situações cada vez mais graves de saúde mental, incluindo casos de suicídio, sem o suporte adequado das autoridades.
“O pessoal está se suicidando por causa dessa nojeira, e a Braskem junto com a prefeitura de Maceió está deixando a gente aqui à mercê de tudo”, desabafou.
Antônio afirmou ainda que o protesto continuará até que a situação seja resolvida ou enquanto não houver uma resposta efetiva dos órgãos.
Outro morador e manifestante, Valdemir, explicou que o acordo para a revitalização incluía uma cláusula com a exigência de que fosse discutido imediatamente um plano de realocação para a população caso a revitalização não fosse concluída.
“Quer dizer, eles fizeram o acordo e eles mesmo desobedeceram o que está escrito lá, mas nós estamos aqui e não vamos permitir que isso continue acontecendo”, disse.
O ato segue de forma pacífica, mas os manifestantes não descartam expandir o protesto para outras vias, dependendo da adesão da comunidade.