Sikêra Jr. foi condenado à prisão pela Justiça do Amazonas por ter proferido ofensas em rede nacional contra a comunidade LGBTQIAPN+. A decisão, da juíza Patrícia Macedo de Campos, atende à denúncia do Ministério Público e foi convertida em medidas restritivas de direitos.
As declarações foram dadas quando ele trabalhava no Alerta Nacional (2020-2023), da RedeTV!, em 2021. A magistrada identificou os discursos ofensivos e preconceituosos feitos pelo jornalista no extinto programa.
A condenação foi de 2 anos e 200 dias de multa por entender que o comunicador extrapolou os limites do direito à informação e à manifestação, ao empregar, de forma sensacionalista, termos odiosos e preconceituosos através de ofensas à comunidade.
Sikêra Jr. fez comentários agressivos nos dias 17 e 25 de junho de 2021. “Já pensou ter um filho viado e não poder matar”, disse ele em uma das ocasiões. “Não eu acho que homem pode beijar homem. Mulher pode beijar…”, opinou em outra.
Ele desceu o nível: “Vocês não têm filhos. Vocês não vão ter filhos. Vocês não reproduzem. Vocês não procriam e querem acabar com a minha família”. “Se dê o respeito, se dê o respeito. Se você quer dar esse rabo, dê! Mas não leve as crianças não. Cabra safado! Bando de raça do cão”, declarou.
A defesa do apresentador afirmou que as falas foram mal interpretadas e que ele não teve a intenção de ofender ninguém. Ele pode recorrer da decisão.
O ex-âncora do Alerta Nacional alegou que suas palavras se referiam a uma peça publicitária do Burger King em que crianças foram chamadas para falarem de casais homoafetivos, o que, de acordo com ele, gerou debate na sociedade brasileira.
/Agência