Da Redação
O desconforto está posto e quem convive com o mundo político sabe: JHC e Arthur Lira estarão desalinhados politicamente para 2026. O motivo é um só: ambos almejam o mesmo espaço de poder, a cadeira de senador da República.
Jota força uma aparência de pré-candidato ao governo de Alagoas, mas a tática é para manter seu bloco unido e tranquilo, principalmente, em relação às acomodações na prefeitura.
Dizer, hoje, que é pré-candidato ao Senado, para JHC, afastaria “aliados” (amigos do poder) e colocaria em desconforto tratativas com prefeitos que começam a serem ventiladas. Jota é prudente.
Arthur Lira não esconde de ninguém o anseio de buscar a vaga de senador que um dia foi do seu pai, Biu de Lira. O ex-presidente da Câmara trata com prefeitos amigos de forma natural sua tentativa de chegar ao Senado e já prepara seus filhos para a disputa na Câmara Federal (na política só se acumula poder).
Porém, há um calo no sapato de Lira, as auditorias sugeridas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, das emendas parlamentares autorizadas e avalizadas pelo alagoano em Brasília. A patifaria com o erário, sem qualquer tipo de transparência, refere-se a bilhão. O reinado de Arthur acabou, é fato.
Um procurador da República, fonte, disse que a coisa em Brasília só iria tomar jeito se “os homens de preto (Polícia Federal) começassem a prender os parlamentares e as quadrilhas que escoam o ralo do orçamento secreto e as emendas pix”.
Voltando para o nosso cenário local, Jota não tem musculatura política para uma disputa estadual, ele sabe. Sem falar no caos da educação, aliança branca com a Braskem, o calote da Secretaria de Comunicação e outras chagas apontadas que serão contratempo para diminuir sua popularidade mascarada através do seu mundo instagramável.
O cavalo selado do Senado Federal para Arthur depende da fantasia que Jota vai disputar o governo e o prefeito aguarda de forma ansiosa o comportamento do Supremo, da Polícia Federal e, principalmente, do caso que liga o ex-prefeito de Rio Largo, GG, e o ex-presidente da Câmara.
Jota é candidato ao Senado em 2026. Lira é candidato a ser investigado pela PF. Ambos sabem que uma união em 2026 para o ocupar a vaga de Eudócia Caldas (senadora que não é senadora) é impossível.