A precariedade da estrutura escolar, a falta de professores e a necessidade de suporte adequado ao aprendizado foram os principais temas debatidos em reunião promovida pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL) e pela Defensoria Pública Estadual (DPE), nesta segunda-feira (24), com coordenadores, professores e alunos da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) de Maceió.
O encontro resultou no encaminhamento de uma nova escuta ampliada, prevista para abril, na qual diretores de escolas, conselheiros estudantis e outros agentes da educação municipal serão convocados para aprofundar o debate e buscar soluções concretas para os problemas relatados.
Entre as dificuldades apontadas pelos alunos e representantes das escolas, destacam-se salas de aula sem ventilação, prédios sem manutenção, ausência de acessibilidade e insuficiência de fardamento escolar. Além disso, foi discutida a necessidade de atuação da Secretaria Municipal de Educação (Semed) para suprir a carência de professores, já que não há previsão de reposição para docentes que se aposentam ou deixam a rede de ensino.
A evasão escolar e os desafios na recuperação de aulas também foram pautas importantes. Como forma de fortalecer as reivindicações, os participantes foram incentivados a registrar as dificuldades enfrentadas por meio de vídeos, fotos e anotações.
A falta de transporte adequado tem sido um dos fatores que contribuem para a evasão escolar, conforme relataram alunos e representantes das escolas. Entre os problemas apontados estão a superlotação dos ônibus, a insuficiência de veículos para atender à demanda e a demora na liberação do cartão VAMU, essencial para o deslocamento dos estudantes.
“A educação de jovens, adultos e pessoas idosas precisa ser tratada com a seriedade que merece. Estamos lidando com pessoas que, muitas vezes, enfrentam desafios imensos para voltar à sala de aula e não podem ser penalizadas pela falta de estrutura, de professores e de transporte adequado. Nosso compromisso é garantir que esses alunos tenham condições dignas de aprendizado e que seus direitos sejam respeitados. Seguiremos acompanhando de perto essas demandas e cobrando soluções concretas”, afirmou a promotora de Justiça Alexandra Beurlen.
A reunião foi coordenada pela promotora de Justiça da 61ª Promotoria de Justiça da Capital (Direitos Humanos), Alexandra Beurlen, pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão, Bruno Lamenha, e pelo defensor público estadual Isaac Souto. Também compuseram a mesa o presidente do Conselho de Educação Municipal de Maceió, Juliano Brito, e o representante dos alunos do EJAI, Pedro Lopes da Silva, do conselho da Escola Hévia Valéria.
/Ascom MPAL