A possível entrada do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) na Esplanada dos Ministérios dominou o noticiário político ao longo do último ano. A nomeação, aguardada como um reforço na interlocução entre o Congresso Nacional e o Planalto, não se concretizou e frustrou aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo apurou a Revista Oeste, o presidente do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira (PP-PI), teve papel decisivo na escolha de Arthur Lira de rejeitar a entrada no governo petista.
Interlocutores afirmaram que Nogueira aconselhou Lira a recusar a vaga. O motivo: o ex-presidente da Câmara pretende disputar uma cadeira no Senado em 2026. Integrar o governo Lula dificultaria esse plano.
“O eleitorado de Lira é majoritariamente de direita”, disse um aliado. De acordo com a apuração, Nogueira foi direto: afirmou que, se o alagoano aceitasse um ministério, poderia “esquecer o Senado”.
A advertência surtiu efeito. Lira preferiu manter seu capital político no Congresso. Preservou a influência sobre o centrão e continuou como articulador nos bastidores — mas fora da Esplanada.
O alagoano foi cotado para assumir ao menos três ministérios no governo Lula. A pasta da Agricultura era vista como a principal possibilidade, dada a forte interlocução de Lira com o agronegócio e sua base no centrão.
O nome do ex-presidente da Câmara também circulou para o Ministério da Saúde. Outra opção considerada por aliados foi a Secretaria de Relações Institucionais, cargo-chave na articulação entre o Planalto e o Congresso.
/Agência