O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou nesta segunda-feira (26) que vai acionar o Conselho de Ética da Casa para pedir a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O anúncio foi feito após a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito contra Eduardo por suposta atuação contra o Judiciário brasileiro nos Estados Unidos.
“Nós também estamos entrando no Conselho de Ética, porque ele é deputado licenciado, mas ainda é deputado. Ele pediu licença em 20 de março, ele tem até 20 de julho como deputado licenciado. Um fato como este não pode passar sem que o Conselho de Ética se pronuncie”, afirmou Lindbergh.
Eduardo Bolsonaro pediu licença de 122 dias do mandato no mês de março. Segundo o parlamentar, o afastamento serve para ficar nos Estados Unidos e “buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”.
O deputado alega que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de denúncia da PGR, tem sido perseguido no Brasil, assim como os condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Nos últimos meses, Eduardo Bolsonaro tem se aproximado de autoridades dos EUA e criticado supostos “abusos” do Judiciário brasileiro
“Por muito menos aqui entram no Conselho de Ética. Cometeram, na minha visão, uma injustiça contra o Glauber [Braga]. É muito grave o que ele [Eduardo Bolsonaro] está fazendo, ele está conspirando contra uma instituição nacional. Não é contra um PT, não é contra um lado. É contra um STF. Contando inverdades, que aqui existe uma ditadura”, disse Lindbergh.
Pedido da PGR
O relator do pedido de investigação contra Eduardo será o ministro Alexandre de Moraes, por ter relação com outras investigações que tramitam na Corte, como o inquérito das fake news e a ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado no país.
Segundo o procurador-geral, Paulo Gonet, o parlamentar tem utilizado um “tom intimidatório” para tentar atrapalhar o julgamento técnico da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela tentativa de golpe de Estado.
De acordo com Gonet, a gravidade das ameaças se tornou ainda mais relevante depois que o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, admitiu a possibilidade de aplicar sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Gonet pede que, caso Moraes autorize a abertura do inquérito, determine a oitiva do deputado Lindbergh Farias, uma vez que ele entrou com representação criminal na PGR narrando fatos bastante semelhantes.
/CNN