A Interpol incluiu o nome da deputada Carla Zambelli (PL-SP) na lista de difusão vermelha, e a parlamentar pode ser presa fora do país. A inclusão do nome na lista de procurados atende a um pedido da Polícia Federal após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A medida acontece após Zambelli deixar o país, dias após ser condenada a 10 anos de prisão por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela inserção de documentos falsos, incluindo um mandado de prisão falso contra o próprio Moraes no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
Zambelli estaria na Itália. Fontes confirmaram que a deputada chegou a Roma na manhã desta quinta-feira (5), antes de seu nome ser incluído na lista da Interpol. A parlamentar deixou o Brasil pela fronteira com a Argentina, pela região de Foz do Iguaçu.
Na manhã de quarta (4), a parlamentar estava na Flórida, nos Estados Unidos, segundo a assessoria.
Ainda na quarta, o ministro Alexandre de Moraes atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a prisão preventiva de Zambelli.
Em nota, a deputada questionou o fato de Moraes ter decidido de forma “monocrática” – individual, sem levar o caso a plenário.
“Denunciarei esse abuso, essa perseguição e essa escalada autoritária em todos os fóruns internacionais possíveis. O mundo precisa saber que, no Brasil, ministros do Supremo agem como imperadores, atropelando leis, calando vozes, destruindo famílias. Essa perseguição política está apenas começando a ser exposta”, segue a parlamentar.
Bolsonaristas fora da lista da Interpol
Antes de incluir Carla Zambelli na lista da difusão vermelha, a Interpol já havia negado a inclusão de outros dois bolsonaristas. Os blogueiros Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio não foram incluídos após os países onde estavam fazerem novos questionamentos.
Allan dos Santos comandava o canal Terça Livre e foi investigado por apoio a atos antidemocráticos e divulgação de conteúdo falso. Ele foi para os Estados Unidos ainda em 2020. Em 2022, após um longo processo, a Interpol negou a inclusão por considerar que não havia informações suficientes sobre uma acusação de lavagem de dinheiro.
Já Eustáquio estava na Espanha quando foi feito o pedido para a inclusão do seu nome. Em 2023, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes, que havia solicitado a inclusão, foi informado de que a Interpol não incluía pessoas com pedido de refúgio ou asilo político em outros países.
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