A pesquisa do Índice de Consumo das Famílias (ICF), realizada pelo Instituto Fecomércio AL em parceria com a Confederação nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), indica que, em maio, o ritmo de consumo desacelerou na capital e marcou 1,1%, ficando abaixo dos 2,3% registrados em abril. O baixo crescimento sugere que as condições econômicas gerais, o maior custo do crédito e a inflação continuam pesando no bolso dos consumidores.
Na comparação anual, o indicador apresentou recuou de -3,18%, seguindo uma tendência nacional de queda, tendo o consumo brasileiro retraído -2,04%.
O desempenho de maio foi puxado por três, dos sete subindicadores, os quais tiveram resultados negativos: emprego atual (-2,2%), renda atual (-0,2%) e perspectiva profissional (-2,3%). Os outros subíndices trouxeram um cenário mais positivo: acesso ao crédito (4,9%), nível de consumo atual (5,2%), perspectiva de consumo (4,1%) e momento para duráveis (1,4%).
Na análise do assessor econômico do Instituto Fecomércio AL, Francisco Rosário, embora a tendência anual ainda seja de queda, o crescimento nos subíndices ligados ao consumo futuro e ao acesso ao crédito trazem boas perspectivas. “Eles sugerem otimismo moderado e sinalizam que, para os consumidores de Maceió, o segundo semestre pode ser um respiro na renda e no consumo”, observa.
Em termos orçamentários, as famílias com renda menor de 10 salários mínimos (10 SM) tiveram uma média de -0,3% no consumo e, nas com renda maior de 10 SM, a média foi de 1%. “Famílias com maior renda demonstraram melhor confiança e retomada no consumo, enquanto as de menor renda ainda enfrentam restrições. A desigualdade na recuperação é evidente, refletindo os diferentes impactos econômicos entre os grupos”, avalia Rosário.
Confiança do empresário
Com a intenção de compras dos consumidores de Maceió diminuindo, os reflexos acabam sendo sentidos na confiança do empresário. De acordo com a pesquisa do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), também realizada pelo Instituto Fecomércio AL em parceria com a CNC, o indicador marcou 96,8 pontos, caindo -1,1% em relação aos 97,9 pontos de abril.
A queda da confiança vem sendo contínua desde novembro, quando alcançou 117,7 pontos. Porém, até março vinha se mantendo acima dos 100 pontos, marcador considerado saudável, mas passou a ficar abaixo deste patamar em abril, quando recuou -2,8%. O desânimo do empresário do comércio alcança mais as empresas com até 50 colaboradores.
“Apesar do pessimismo, há redução desse sentimento em decorrência da disponibilidade de crédito para o consumo, que vem mitigando o impacto negativo nos negócios pelo lado da demanda. Mas, do lado da oferta, os juros mais altos estão influenciando fortemente o pessimismo no varejo maceioense”, observa o economista.
A insegurança dos empresários quanto à recuperação econômica e à sustentabilidade do consumo local pode ser vista nos subíndices do Icec: o de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) marcou 66,20 pontos e variação mensal de -8,3%; o de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) ficou em 130,70 pontos e variação mensal de +3,1%; e o de Investimentos do Empresário do Comércio (IIEC) chegou a 93,40 pontos, com variação mensal de -1,5%. “O empresariado adota postura defensiva, reduzindo investimentos e contratações e ajustando estoques ao cenário de demanda enfraquecida. Mesmo com o consumo das famílias apresentando resiliência em alguns segmentos, a confiança do empresário do comércio segue abalada, refletindo os desafios macroeconômicos do país e do setor varejista local”, explica Rosário.
A pesquisa completa está disponibilizada no site do Instituto Fecomércio AL.
/Fecomércio AL