Redação
Preso pela Polícia Federal nesta sexta-feira (13), o ex-ministro do Turismo na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Gilson Machado Neto, tem uma pousada de luxo na cidade turística de São Miguel dos Milagres, no litoral norte de Alagoas.
É exatamente nesse hotel em que Bolsonaro fica quando vem a passeio para Alagoas, assim como faz a ex-primeira-dama Michelle. No fim de novembro do ano passado, o casal passou férias na região, com o ex-presidente aparecendo em diversos pontos de Milagres.
“Esse é o presidente mais simples que eu conheço. Parou na padaria aqui em São Miguel dos Milagres, tirando foto com todo mundo, falando com todo mundo” disse o ex-ministro na época da visita.
A pousada de luxo se chama Villas Taturé, que tem diárias com preços que variam de R$ 2.250 no inverno a R$ 6.100 no auge do verão e feriados. Apesar da ligação com Alagoas, Gilson é pernambucano e tem sua vida política mais ligada a Recife, com seu filho sendo vereador pelo PL lá.
Segundo a PF e a Procuradoria-Geral da República (PGR), Gilson Machado tentou obter um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, sair do Brasil e se juntar a seus familiares que vivem nos Estados Unidos.
Segundo a PGR, no dia 12 de maio, Gilson Machado procurou o Consulado de Portugal no Recife com o objetivo de obter um passaporte português para Mauro Cid e, com isso, “viabilizar sua saída do território nacional”. O documento, porém, não foi emitido.
Paulo Gonet defende que a fuga teria sido articulada “tendo em vista a proximidade do encerramento da instrução processual” da ação penal da trama golpista, em que Mauro Cid é um dos réus. O tenente-coronel fechou delação premiada no processo.
“Não cometi crime algum. Não matei, não roubei, não trafiquei drogas. O que fiz foi apenas pedir informações sobre a renovação do passaporte do meu pai, um senhor de 85 anos”, afirmou, por sua vez, Gilson Machado, em sua defesa.
