O governo federal publicou na noite desta segunda-feira (30), em edição extra do Diário Oficial da União, o aguardado edital da segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU). As inscrições começam nesta quarta-feira (2) e vão até o dia 20 de julho, exclusivamente no site da Fundação Getúlio Vargas (FGV), organizadora do certame.
O CNU2 ofertará 3.652 vagas distribuídas entre 32 órgãos federais, contemplando níveis médio, técnico e superior, com salários iniciais que variam de R$ 4 mil a R$ 17 mil.
Nova lei de cotas
O CNU2 será o primeiro concurso unificado a seguir as diretrizes da nova Lei de Cotas para concursos públicos, sancionada em 2024, que aprimorou as regras de reserva de vagas para ampliar a representatividade de grupos historicamente sub-representados no serviço público.
Dessa forma, as cotas no CNU2 ficaram assim distribuídas:
- 25% das vagas para pessoas negras
- 3% para pessoas indígenas
- 2% para pessoas quilombolas
- 5% para pessoas com deficiência (PcD) – este percentual não consta da Lei de Cotas e segue norma própria.
No total, 35% das vagas serão destinadas a ações afirmativas, fortalecendo a diversidade na administração pública federal.
Inscrições, taxas e isenções
A taxa de inscrição foi fixada em R$ 70, com pagamento até 21 de julho. Haverá isenção para inscritos no CadÚnico, doadores de medula óssea reconhecidos pelo Ministério da Saúde e beneficiários do FIES ou do ProUni. O prazo para solicitar isenção termina em 8 de julho.
Provas e calendário
A seleção contará com provas em duas fases:
- Prova objetiva: 5 de outubro de 2025
- Prova discursiva: 7 de dezembro de 2025 (apenas para os habilitados na primeira etapa)
A prova objetiva terá:
- Nível superior: 90 questões (30 de conhecimentos gerais + 60 de específicos), das 13h às 18h
- Nível intermediário: 68 questões (20 de conhecimentos gerais + 48 de específicos), das 13h às 16h30
A prova discursiva será aplicada somente para quem avançar para a segunda fase:
- Nível superior: duas questões discursivas, das 13h às 16h
- Nível intermediário: redação dissertativa-argumentativa, das 13h às 15h
Haverá convocação para a segunda fase em proporção até nove vezes o número de vagas, para garantir competitividade e a reserva de cotas.
Equidade de gênero
Outra novidade do CNU2 é a regra de paridade de gênero: pelo menos 50% dos convocados para a segunda fase deverão ser mulheres. Se esse percentual não for atingido pela nota mínima da prova objetiva, mulheres adicionais serão chamadas para equilibrar a participação. Essa medida não retira vagas de candidatos homens, mas amplia as chances de equidade no acesso à fase discursiva.
Blocos temáticos e organização
Diferente da primeira edição, que teve oito editais, o CNU2 traz um único edital reunindo todas as regras, conteúdos e informações de cargos. Os cargos estão agrupados em nove blocos temáticos:
- Seguridade Social (Saúde, Assistência Social e Previdência Social)
- Cultura e Educação
- Ciências, Dados e Tecnologia
- Engenharias e Arquitetura
- Administração
- Desenvolvimento Socioeconômico
- Justiça e Defesa
- Intermediário Saúde
- Intermediário Regulação
O candidato faz apenas uma inscrição, indicando o bloco de interesse e a ordem de preferência entre os cargos.
Sorteio para vagas reduzidas
Para cargos com menos de cinco vagas, o MGI realizou em 27 de junho um sorteio eletrônico para garantir a aplicação proporcional das cotas também nesses casos, conforme determina a nova legislação.
Cronograma oficial
Principais datas
- Inscrições: 2 a 20/7
- Solicitação de isenção: 2 a 8/7
Prova objetiva: 5/10/2025
- Convocação para a segunda fase: 12/11/2025
Envio de títulos: 13 a 19/11/2025
Prova discursiva: 7/12/2025
Procedimentos de confirmação de cotas: 8 a 17/12/2025cnnnncn
Divulgação da 1ª lista de classificação: 30/1/2026
Transformação do serviço público
O governo argumenta que o CNU2 faz parte da proposta de modernizar o Estado, com a ampliação da eficiência, da inclusão e a drepresentatividade na administração federal. Ao centralizar a seleção, o Executivo espera democratizar o acesso e selecionar quadros mais qualificados para atender às demandas da população brasileira.
/Congresso em Foco