Redação
Os novos pedidos de empréstimo enviados à Câmara Municipal escancaram a política de endividamento adotada pelo prefeito JHC (PL). Mas essa prática não é recente. Ela começou ainda em 2023, quando a Prefeitura de Maceió contraiu sua primeira dívida com o Banco de Brasília (BRB), marcando o início de um modelo de gestão baseado em financiamentos contínuos.
Desde então, os empréstimos vêm se acumulando e já ultrapassavam R$ 1 bilhão antes mesmo das novas solicitações. Com os dois pedidos mais recentes enviados aos vereadores, o total de endividamento da prefeitura passa dos R$ 2,3 bilhões.
Tudo isso mesmo após o município ter recebido R$ 1,7 bilhão como parte do acordo com a Braskem, firmado devido ao crime ambiental que destruiu bairros inteiros da capital alagoana. Ainda assim, a gestão continua buscando novos recursos por meio de empréstimos. A principal dúvida, no entanto, continua sem resposta: para onde está indo todo esse dinheiro?
Entre os credores que já financiaram a Prefeitura de Maceió estão instituições nacionais e internacionais, como a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, o Banco de Brasília (BRB), o Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata), o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) e o NDB (Novo Banco de Desenvolvimento, vinculado ao bloco dos BRICS).
Além do volume expressivo das dívidas, a falta de clareza sobre os destinos desses recursos é outro ponto crítico. A gestão JHC tem recorrido a financiamentos sem apresentar detalhes sobre os projetos financiados, nem prazos de execução claros à sociedade. A população, que deveria se beneficiar desses investimentos, segue sem saber como o dinheiro está sendo aplicado.
Enquanto bilhões circulam pelos cofres municipais, Maceió enfrenta graves problemas em áreas essenciais. A educação pública continua em colapso, as enchentes voltam a castigar bairros em toda a cidade durante o período de chuvas, e a política habitacional foi praticamente abandonada, com a construção de moradias populares deixada de lado.
JHC, que se elegeu com o discurso de “gestão moderna”, aposta numa fórmula antiga: a do endividamento silencioso, em que os números crescem, mas os resultados seguem invisíveis para a maioria da população.















