Redação
Tia do prefeito JHC (PL) e favorita a assumir a vaga de ministra no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a procuradora Marluce Caldas, do Ministério Público de Alagoas (MPAL), decidiu processar a advogada Adriana Mangabeira Wanderley após receber críticas através da rede social.
A equipe jurídica que representa Marluce Caldas pede uma indenização por danos morais no valor de R$ 50 mil, além de que sejam excluídos os comentários feitos por Adriana Wanderley em página de notícias no Instagram.
O processo vai tramitar na Comarca de Maceió. Marluce alega ter sido vítima de uma campanha com ofensas caluniosas, difamatórias e desinformativas, com a acusada agindo dolosamente e sem qualquer lastro probatório a corroborar suas afirmações.
“A ré buscou, dolosamente, atacar gravemente a dignidade funcional, a honra e a imagem da autora, que é respeitada Procuradora de Justiça do Ministério Público de Alagoas e concorre – legitima e merecidamente – a uma das vagas de Ministra do Superior Tribunal de Justiça”, consta na petição.
“Ao afirmar que a autora “possui trajetória marcada por negligências funcionais”, a ré constrói uma acusação genérica, infundada e desonrosa, com o nítido propósito de manchar a imagem funcional da autora perante seus pares e a sociedade. Com esta narrativa, a ré impede qualquer defesa específica, semeando dúvida e atingindo a honra da autora”, completa outro trecho.
Nos autos, são citados cinco comentários postados por Adriana na maior página de política do estado, ‘Política Alagoana’, que tem mais de 250 mil seguidores. Neles, a advogada expõe supostas ligações de Marluce com políticos do estado e quais seriam os efeitos da indicação dela para o STJ.
Outro lado
Ouvida, Adriana Wanderley denuncia a tentativa de censura e compara a atitude ao modus operandi do grupo Caldas em Alagoas. Segundo ela, a futura ministra quer tirar o direito de expressão dado pela Constituição Federal.
Para Adriana, a indicação de Marluce ameaça a coerência política do governo Lula (PT), já que ela seria ligada ao conservadorismo, contrariando a base de militância petista: “A nomeação de Marluce Caldas não é um erro técnico. É um erro político, ético e simbólico de grandes proporções”.