Redação
O Haras Nova Alcateia, em Atalaia, já registra em 2025 69 mortes de cavalos com quadro de intoxicação, causando prejuízo milionário aos proprietários, além do dano psicológico pela perda dos animais. A principal suspeita é de ração contaminada, conforme comunicado esta semana.
“Acreditamos que todos estão acompanhando a verdadeira tragédia que vive a equinocultura nacional e, em particular, o Haras Nova Alcateia. Em 50 anos de criação, nunca passamos por momentos tão difíceis”, inicia o comunicado.
O haras cita que a ração contaminada vem da empresa NUTRATTA NUTRIÇÃO ANIMAL LTDA, e que todas as medidas sanitárias e veterinárias foram e estão sendo tomadas no sentido de minorar as perdas, inclusive com a imediata suspensão do consumo da referida ração.
“Ocorre que a intoxicação derivada de seu consumo é tão violenta e devastadora que, apresentados os sintomas, tentar sanar suas consequências fatais não vem tendo efeito prático”, completa o informativo do Haras Nova Alcateia.
Entre as mortes, está a de um dos garanhões mais premiados e valiosos do país. Quatum de Alcateia, avaliado em R$ 12 milhões, sofreu intoxicação alimentar e começou a apresentar sintomas graves, até ir a óbito, aos 6 anos de idade.
Segundo o haras, os laudos preliminares dos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária realizados em amostras da ração consumida pelos animais do Haras Nova Alcateia demonstraram a presença de ALCALOIDES PIRROZILIDÍNICOS (MONOCROTALINA) em concentrações capazes de causar doença e mortes em equídeos e outras espécies.
Todos os 69 cavalos que foram a óbito registraram os mesmos quadros clínicos idênticos e característicos da intoxicação pelo consumo da substância citada acima. A Folha não conseguiu contato com a empresa de ração, mas está aberta a posicionamento por meio do número presente neste site.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) esteve presente no Haras Nova Alcateia entre os dias 9 e 12 de junho, coletando informações e amostras do produto contaminado e dos animais que vieram a óbito, incluindo realizações de autópsia.
“Infelizmente não teremos nossos animais de volta e muito menos esqueceremos os momentos de dor pelos quais estamos passando. No entanto, apesar das incomensuráveis perdas, todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas no sentido de que, minimamente, os enormes prejuízos, incluindo de sócios, sejam reparados e que os causadores sejam responsabilizados para que episódios como este não mais se repitam”, completa.
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