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Passado: Bolsonaro já foi preso em quartel militar do Rio

7 de agosto de 2025
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Passado: Bolsonaro já foi preso em quartel militar do Rio

Lula Marques - 27.abr.1992/Folhapress

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Se a recém-decretada prisão de Jair Bolsonaro (PL) projeta um futuro atormentado para o ex-presidente, a primeira vez que ele foi detido, há quase 40 anos, marcou o começo de sua ascensão como liderança entre militares, provocando uma mobilização nos estratos inferiores do Exército que culminaria com sua entrada na política.

O estopim foi um artigo que o então capitão publicou em setembro de 1986 na revista Veja, em cujo título reclamava: “O salário está baixo”. Sob uma foto de Bolsonaro com a boina grená da Brigada Paraquedista, um destaque complementava: “Descontentes e sem perspectivas, os cadetes estão abandonando a Academia das Agulhas Negras”.

A última frase do artigo era o lema do grupo militar anticomunista Centelha Nativista, surgido entre paraquedistas como ele, que décadas depois ficaria conhecido como slogan das suas campanhas à Presidência: “Brasil acima de tudo”.

A transgressão foi punida com 15 dias de prisão, num quartel da Vila Militar do Rio, bairro onde Bolsonaro servia e morava. Em vez de enquadrar o indisciplinado, a pena incendiou a caserna, como demonstram reportagens da época e relatórios do próprio Exército.

Num prontuário de Bolsonaro no CIE (Centro de Informações do Exército), foi registrado que, dias depois da publicação do artigo, “23 esposas de oficiais (…) reuniram-se na praça Gen Tibúrcio (Urca/RJ), repetindo procedimento intentado dias antes na Vila Militar/RJ. Objetivaram a remessa de uma carta ao sr. ministro do Exército [Leônidas Pires Gonçalves], em solidariedade ao epigrafado [Bolsonaro] e reivindicando melhoria de vencimentos para os militares”.

Bolsonaro fez escola. Em outubro, mês seguinte à sua prisão, outro capitão, Sadon Pereira Filho, também foi preso por reivindicar melhores salários. Um ano depois, o capitão Luiz Fernando Walther de Almeida teve a mesma punição por ter invadido a Prefeitura de Apucarana (PR) e ter lido um manifesto cobrando melhores soldos.

O jornal O Globo noticiou, em outubro, que uma semana depois de ser preso Bolsonaro “receberia cerca de 150 telegramas de solidariedade disparados de todas as regiões do país”, entre os quais “um do general Newton Cruz, ex-chefe do SNI, e outro do coronel Sebastião Curió [responsável pela execução e tortura de guerrilheiros no Araguaia]”.

Num sinal de que mesmo quem determinou a prisão concordava em parte com as queixas de Bolsonaro, o general Acrísio Figueira, comandante da Brigada Paraquedista, afirmou: “apesar de Bolsonaro ter ferido os regulamentos, seu artigo me pareceu ponderado e sem críticas a seus superiores. Na verdade, ele parece ter querido assumir a defesa da Academia Militar das Agulhas Negras enquanto instituição”.

Até um relatório do CIE, de 25 de setembro, destacou um aspecto positivo, para o Exército, do artigo de Bolsonaro: “Colaborou, de certa forma, para desfazer junto ao público externo uma antiga ideia de que os militares são bem remunerados e gozam de mordomias. Quanto às consequências do ato praticado pelo epigrafado, todos já esperavam a punição que lhe foi imposta, uma vez que feriu os dois sustentáculos básicos da carreira militar: a disciplina e a hierarquia”.

Ou seja, o Exército puniu Bolsonaro porque ele cometera uma transgressão clara aos seus regulamentos e princípios. Mas, até ali, não havia disposição institucional para aumentar o castigo –com a expulsão da corporação, por exemplo. A situação mudou quando a Veja revelou que o capitão contara à revista sobre um plano para explodir bombas-relógio em unidades militares do Rio se o governo não aumentasse os salários.

Segundo Bolsonaro disse à repórter Cássia Maria, seriam “só algumas espoletas”, “apenas explosões pequenas, para assustar o ministro [Leônidas], só o suficiente para o presidente José Sarney entender que o Leônidas não exerce nenhum controle sobre sua tropa”.

Leônidas de início deu crédito a Bolsonaro e desconfiou da revista, até a Veja mostrar croquis em que o capitão rascunhara o plano das bombas. O ministro passou então a agir para expulsar Bolsonaro do Exército. Teve êxito parcial, quando um Conselho de Justificação (espécie de tribunal militar) condenou o capitão, por mentir “ao longo de todo o processo”, e revelar “comportamento aético e incompatível com o pundonor militar e o decoro da classe, ao passar à imprensa informações sobre sua instituição”.

Numa prova de que já gozava de prestígio entre alguns figurões militares, Bolsonaro foi absolvido pelo STM (Superior Tribunal Militar). Em 30 de julho de 1988, logo em seguida à sua absolvição e menos de dois anos após a prisão, o Jornal do Brasil estampou a notícia: “Capitão das bombas vai agora disputar eleição”.

Dias depois, no mesmo jornal, Bolsonaro explicou por que era candidato a vereador: “Depois de perceber que tudo nesse país depende de uma decisão política, resolvi abdicar da carreira militar. […] A classe militar foi a última a acordar. Você vê os metalúrgicos fazendo greve? Eles estão fazendo política”.

Segundo um informe do CIE, o eleitorado potencial do capitão era “o público interno descontente com os vencimentos”. Em novembro de 1988, aos 33 anos, Bolsonaro foi eleito vereador do Rio pelo PDC (Partido Democrata Cristão) e passou automaticamente para a reserva remunerada.

O embate com Leônidas deixou sequelas, e por anos Bolsonaro seria proibido pelo Comando do Exército de entrar em unidades, uma proscrição que levaria mais muitos anos para ser revertida.

/Folha de S.Paulo

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