O presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin se reúnem nesta segunda-feira (11), às 17h, no Palácio do Planalto, para acertar os últimos detalhes do plano de contingência contra as tarifas de 50% aplicadas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A expectativa do governo é anunciar as medidas ainda hoje, antecipando a previsão inicial, que era até terça-feira (12).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros integrantes da equipe econômica também devem participar do encontro. Segundo o Planalto, o objetivo do pacote é dar fôlego aos setores afetados pelo tarifaço, preservando empresas e empregos.
Pacote de medidas
O plano deve incluir três frentes principais:
- Linhas de crédito para empresas atingidas, destinadas a financiar investimentos e capital de giro;
- Prorrogação por até dois meses no pagamento de tributos e contribuições federais, seguindo modelo usado na pandemia de Covid-19;
- Compras públicas de produtos perecíveis, como peixes, frutas e mel, que acumulam estoques desde o anúncio da sobretaxa pelo presidente americano Donald Trump.
Setores mais vulneráveis
A sobretaxa, em vigor desde 6 de agosto, atinge cerca de 36% das exportações brasileiras para os EUA, equivalentes a US$ 14,5 bilhões em 2024. Entre os produtos mais afetados estão café, frutas, pescado e carnes.
No último sábado (9), Alckmin destacou preocupação especial com a indústria de máquinas e motores, por serem itens mais difíceis de reposicionar no mercado internacional. “O produto commodity é mais fácil de encaixar em outro lugar. A indústria é mais específica, é mais difícil”, afirmou.
Ajustes na agenda e urgência do plano
Para participar da reunião com Lula, Alckmin cancelou compromissos que teria nesta segunda-feira em São Paulo, incluindo participação no 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio e no lançamento do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX). Segundo a ApexBrasil, a mudança foi motivada por um “compromisso inadiável” em Brasília.
A sobretaxa imposta por Trump inclui quase 700 exceções, como suco de laranja e aeronaves, que permanecem com a alíquota de 10% anunciada em abril. Ainda assim, o Planalto avalia que a medida afeta de forma significativa a balança comercial e exige resposta rápida para mitigar perdas.
/Congresso em Foco