Desde o surgimento da agricultura, há cerca de 10 mil anos, a saúde do setor sempre esteve profundamente ligada à saúde do planeta. Agora, a crise climática está desestabilizando lavouras em todo o mundo.
Com padrões climáticos cada vez mais imprevisíveis e mudanças de temperatura ameaçando as colheitas, uma startup aposta que a inteligência artificial (IA) pode ajudar agricultores a se adaptar a um ambiente em rápida transformação.
A Avalo, uma empresa de desenvolvimento de cultivos com sede na Carolina do Norte (EUA), está usando modelos de aprendizado de máquina para acelerar a criação de novas variedades de plantas mais resistentes.
Tradicionalmente, selecionar características desejáveis em cultivos envolve identificar plantas que apresentam determinado traço — como resistência à seca — e usá-las para polinizar outras, antes de plantar as sementes e observar o desempenho no campo. Mas esse processo exige acompanhar todo o ciclo de vida da planta, o que pode levar muitos anos.
A Avalo utiliza um algoritmo capaz de identificar a base genética de características complexas — como tolerância à seca ou resistência a pragas — em centenas de variedades. As plantas ainda passam pela polinização convencional, mas o algoritmo consegue prever o desempenho de uma semente sem precisar cultivá-la, acelerando o processo em até 70%, segundo Mariano Alvarez, diretor de tecnologia da empresa.
“O que estamos fazendo, no fim das contas, é o mesmo processo que acontece há milhares de anos”, explicou Alvarez à CNN.
“Hoje em dia, praticamente todos os dias tem alguém nas nossas estufas pegando duas flores e esfregando uma na outra para produzir sementes… A diferença no nosso processo é que um computador indica quais flores a pessoa precisa escolher para cruzar.
“No fundo, estamos apenas fazendo o cruzamento tradicional, mas acelerando tudo com informação, em vez de mudar a forma como as pessoas já fazem.”
*CNN Brasil













