Em um marco histórico para o tratamento da diabetes tipo 1, médicos de UI Health, da Universidade de Illinois Chicago, realizaram o primeiro transplante de células de ilhotas pancreáticas com Lantidra, única terapia aprovada pela agência Food and Drug Administration (FDA) para casos de diabetes tipo 1 frágil.
Ao contrário do transplante de pâncreas, a terapia com Lantidra é minimamente invasiva, dispensando cirurgia aberta e reduzindo o tempo de internação. A técnica consiste na infusão de células de um doador falecido no fígado do paciente receptor, com o objetivo de restaurar a produção de insulina.
O paciente, Edward Augustin III, de 69 anos, recebeu alta em 24 horas. Ele conseguiu interromper as injeções diárias de insulina apenas uma semana após o procedimento. O homem havia sido diagnosticado ainda na infância e sofria há anos de hipoglicemia grave com falta de percepção dos baixos níveis de açúcar no sangue.
Embora outros pacientes tenham sido submetidos à técnica durante os estudos clínicos da equipe do UI Health, essa é a primeira vez que o tratamento com Lantidra é feito fora do contexto experimental, como um procedimento médico aprovado pela FDA.
“Em ensaios clínicos anteriores, 70% dos pacientes que receberam Lantidra não precisaram mais de insulina um ano após o transplante de ilhotas e mais de 90% não apresentaram mais hipoglicemia”, disse Enrico Benedetti, chefe de cirurgia no UI Health e responsável pelo primeiro transplante de ilhotas com Lantidra, em um comunicado à imprensa.
Augustin havia passado por dois transplantes de ilhotas em contexto experimental em 2011 e ficou livre da insulina por 12 anos, até retomar o tratamento convencional em 2023.
Além de controlar a glicemia, os médicos responsáveis pelo transplante, enxergam potencial na terapia para prevenir complicações associadas à diabetes tipo 1, como lesões renais, especialmente com uso precoce do tratamento.
*Metrópoles