Proibição de celulares nas escolas melhorou aprendizagem, diz pesquisa

Levantamento mostra mais atenção dos alunos, mas aponta desafios como ansiedade e tédio nos intervalos.

Foto: Freepik

Uma pesquisa divulgada mostra que a restrição ao uso de celulares nas escolas, sancionada em janeiro de 2025, já tem impacto positivo no aprendizado. Segundo levantamento da Frente Parlamentar Mista da Educação em parceria com o Equidade.info, 83% dos estudantes afirmaram estar prestando mais atenção nas aulas.

O efeito é ainda mais significativo nos anos iniciais do Ensino Fundamental, onde 88% dos alunos relataram melhora no foco. No Ensino Médio, o índice foi de 70%, apontando maiores desafios nessa etapa. Regionalmente, o Nordeste se destacou, com 87% de avanços no comportamento escolar, enquanto Centro-Oeste e Sudeste registraram os menores índices (82%).

Para o presidente da frente parlamentar, deputado Rafael Brito (MDB-AL), os resultados confirmam a decisão do Congresso ao aprovar a medida por unanimidade. “O resultado que vemos hoje é a confirmação de que a educação precisa ser prioridade, com políticas que cuidem do presente e preparem o futuro dos nossos jovens”, afirmou.

Redução do bullying digital

Outro dado positivo foi a queda nos casos de bullying virtual. Entre gestores, 77% relataram diminuição dessas ocorrências; entre professores, 65%; e entre os próprios estudantes, 41%. A discrepância sugere que parte dos conflitos pode não estar sendo percebida ou reportada.

Ansiedade e tédio

A pesquisa também apontou efeitos colaterais da medida. Quase metade dos professores (49%) relatou aumento da ansiedade entre os alunos. Já 44% dos estudantes disseram sentir mais tédio nos intervalos sem o celular, especialmente no Ensino Fundamental I (47%) e no turno da manhã (46%).

Para Claudia Costin, presidente do Equidade.info, os avanços são claros, mas não suficientes por si só. “A restrição foi positiva, mas sozinha não basta: as escolas precisam criar alternativas de interação e estratégias específicas para cada idade”, avaliou.

A pesquisa

O levantamento ouviu 2.840 alunos, 348 professores e 201 gestores de escolas públicas e privadas em todas as regiões do país, entre maio e julho de 2025. As margens de erro são de 1,8 ponto percentual para os estudantes, 5,0 p.p. para os docentes e 6,6 p.p. para os gestores.

/Congresso em Foco

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