Refúgios garantem a proteção da fauna silvestre em Alagoas

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Um Refúgio de Vida Silvestre (RVS) é uma unidade de conservação (UC) de proteção integral, que tem o objetivo de proteger ambientes naturais e garantir a existência de espécies de fauna e flora local, sejam elas nativas ou migratórias. Em Alagoas, atualmente, existe uma UC que preenche todos esses critérios: o RVS Morros do Craunã e do Padre, em Água Branca, gerido pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL).

Esses Refúgios  tem função central na preservação da fauna local. Nessas regiões, espécies raras, ameaçadas de extinção, endêmicas, migratórias, entre tantas outras, podem encontrar um ambiente adequado e que atenda às suas necessidades alimentares, reprodutivas e de repouso.

“Nesta unidade de conservação encontramos espécies que são extremamente importantes para este bioma, como a águia-chilena, que possui territórios de nidificação (construção ninhos) aqui, o que garante o desenvolvimento e reprodução dessa espécie, e o mocó, um animal ameaçado de extinção devido à caça, pois as pessoas o utilizam bastante como fonte de alimento”, disse o consultor ambiental João Vinícius.

E garantir a presença dessa biodiversidade tão rica e diversa é o que possibilita o equilíbrio de todo o ecossistema presente na região.

“Ao cumprir sua função ecológica em determinada área, esses animais acabam garantindo a manutenção dessa área protegida, pois muitos deles atuam como dispersores de sementes, controladores de pragas, e isso é um dos papéis essenciais da fauna preservada. Preservando a fauna, também cuidamos da flora”, ressaltou.

O IMA/AL é responsável também por fiscalizar e coibir ações proibidas na área, como desmatamento, queimadas, supressão de vegetação, coleta de madeira para fabricação de carvão, introdução de espécies exóticas ou quaisquer outras atividades que impliquem na alteração das características naturais ou na integralidade do ecossistema.

“O grande desafio ainda é a caça, já que se trata de um Refúgio de Vida Silvestre, área especialmente voltada para a proteção da fauna nativa. Essa prática ameaça diretamente espécies que deveriam estar em segurança dentro da unidade de conservação”, explica o gestor da unidade, Johnson Sarmento.

O RVS exerce um papel essencial na proteção do bioma Caatinga, no qual está inserido. Por ser de uso integral, poucas atividades são permitidas, mas entre elas, a pesquisa científica é a que mais se destaca. Estudos sobre a flora e fauna local são incentivados como forma de disseminar o conhecimento sobre a região e possibilitar uma melhor gestão e proteção dos recursos e da vida silvestre.

Por ser um bioma muito ameaçado, a criação de uma unidade como esta permite que ações de educação ambiental junto à comunidade incentivem a proteção da vegetação e também dos animais que são encontrados na região. Com o apoio dos moradores locais e a participação ativa do conselho gestor, é possível garantir a conservação desses remanescentes de Caatinga e o uso sustentável dos recursos locais.

“Buscando uma melhor gestão desta unidade, temos o conselho gestor, do qual integrantes da comunidade fazem parte. No conselho discutimos as melhores relações de uso da propriedade, o que será ou não permitido, e as melhores recomendações de utilização da região, buscando sempre a sustentabilidade e proteção”, ressalta o gestor.

O compromisso firmado entre o IMA/AL e a população é fundamental para a conservação do meio ambiente. Ao atuar como primeira linha de defesa da natureza, essas pessoas podem incentivar outras à prestarem atenção nas suas ações, fazer denúncias sobre atividades irregulares e garantir que o trabalho do órgão seja realizado para manter este refúgio um lugar seguro para todas as espécies.

/Ascom IMA/AL

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