A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou nesta sexta-feira (10) que o Brasil vive “contradições” ao mesmo tempo em que se prepara para sediar a COP30, em Belém (PA), e discute internamente a exploração de petróleo na Margem Equatorial. Apesar disso, reforçou o compromisso do país com metas ambiciosas de descarbonização e transição energética.
“Obviamente que todos nós vivemos contradições, e essas contradições estão sendo manejadas”, declarou Marina, em coletiva de imprensa sobre a Pré-COP30, que será realizada em Brasília na próxima semana. “Mas eu vou me ater aqui às palavras do presidente Lula na cúpula em Dubai. É preciso sair da dependência do uso de combustível fóssil. E isso é possível fazendo com que as empresas que hoje exploram petróleo (…) se transformem em empresas de produção de energia”, completou.
A ministra voltou a destacar que o Brasil é o único país do mundo com meta de zerar o desmatamento até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2050, dentro das metas apresentadas na NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada). Segundo ela, o compromisso é “ambicioso”, prevendo uma redução de 59% a 67% das emissões até 2035, mas possível diante do avanço de políticas de controle ambiental.
“Nós sabemos que a raiz do problema (…) que leva ao aumento da temperatura da Terra é o uso de carvão, de petróleo e gás”, lembrou Marina. “75% das emissões vêm desses três fatores. É por isso que precisamos mudar a matriz de energia no mundo, e é fundamental que os países desenvolvidos liderem essa corrida — tanto produtores quanto consumidores de combustíveis fósseis.”
Correio Braziliense*