Cinco anos após o fechamento do Cemitério Santo Antônio, em Bebedouro, a Associação do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) voltou a cobrar da Prefeitura de Maceió, por meio das redes sociais, uma solução para a construção de um novo cemitério no bairro.
O cemitério fica em um dos bairros atingidos pelo afundamento de solo causado pela Braskem em Maceió. O MUVB destaca que, apesar do acordo firmado em 2023, no qual a petroquímica destinou R$ 1,7 bilhão à prefeitura para solucionar problemas socioambientais, nenhuma ação concreta foi tomada para a construção do novo cemitério.
Com o fechamento do Cemitério Santo Antônio, a prefeitura e a Braskem firmaram um acordo para a ampliação da área ao lado do Cemitério São Luiz, no bairro Santa Amélia, com custos pagos pela petroquímica como indenização. Embora o Ministério Público Federal (MPF) tenha sido informado, em 2023, de que o processo estava em vias de finalização, até o momento, a ampliação não foi concluída.
Em nota, o MUVB lamentou a demora na resolução do problema, que já se estende por anos. “Quem não tem recursos para pagar a justiça em primeira instância, ou sequer tem advogado, sofre com os erros contínuos dos órgãos públicos, que se comprometem a encontrar soluções, mas não cumprem suas promessas”, afirmou.
Enquanto isso, a crise funerária continua a se agravar, com jazigos abandonados, cemitério tomado por mato, covas rasas, corpos sendo expostos e outras violações ao princípio da dignidade humana. O cemitério também está sendo transformado em um memorial, deixando aqueles que ali sepultam seus entes queridos sem qualquer dignidade.
Confira a nota na íntegra:
No dia de hoje, 20/10/2025, faz 05 (cinco) anos do Fechamento do Cemitério Santo Antônio, localizado em Bezerros, e apesar das promessas da Prefeitura de Maceió, não há previsão de construção de um novo cemitério, a ampliação do Cemitério São Luiz, bairro de Santa Amália, continua parada os casos de bagatelas que a Justiça de Alagoas já declarou, que foram promovidas sobre os jazigos no Cemitério Santo Antônio, e até hoje ainda são as margens mostradas de abandono.
O que temos hoje é o Cemitério Santo Antônio entregue a mais completo abandono, mas também está sendo transformado em um Memorial, deixando os que ali sepultam seus entes queridos sem condições.
Quem não tem dinheiro para pagar a justiça em primeira instância, ou sequer tem advogado, para ter um prazo estendido em seus pedidos, vem sofrendo com os velhos e contínuos erros dos órgãos públicos que se comprometem a dar solução, mas sem solução alguma. Estes estão exigindo mais despachos e mais explicações como se tudo tivesse sido resolvido a partir das suas promessas que são para os vivos, mas não pensam em como seus entes queridos são tratados pelos maus procedimentos administrativos, que se tornou uma fábrica de falências jurídicas e biológicas para os necessitados, porque vivem de seus meios como a desculpa técnica, política e legal para não dar resultados nas suas necessidades humanas.
Sobre a situação jurídica de quem requer mais tempo para regularizar suas sepulturas para entes queridos é totalmente injustificada. Todos sabem que a cidade de Maceió apresenta problemas de espaço e vem correndo para vender terrenos e maus mortos sem receber a devida compensação aos afetados. Por isso, a situação já se tornou difícil e indesejável em diversos aspectos.
O MUVB se apresenta para pedir o movimento sério e justo para que os governantes responsáveis possam resolver esses problemas o mais rápido possível para que as famílias, como a população em geral, se sintam respeitadas e atendidas sem a necessidade de recorrer à sobrevivência de tais vultos jurídicos ou de emergência para a falência social das vítimas.
Maceió, 20 de outubro de 2025.
MUVB – ASSOCIAÇÃO DO MOVIMENTO UNIFICADO DAS VÍTIMAS DA BRASKEM