Seis anos depois do incêndio que matou dez jovens no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, a Justiça do Rio de Janeiro absolveu, em primeira instância, todos os sete acusados. O caso aconteceu em fevereiro de 2019, quando 26 atletas da base do clube dormiam no alojamento.
O juiz Tiago Fernandes Barros considerou a ação improcedente. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) havia pedido, em maio, a condenação de todos os acusados após ouvir mais de 40 testemunhas. O órgão já informou que vai recorrer da decisão que absolveu os sete réus.
Os réus eram Márcio Garotti, diretor financeiro do Flamengo entre 2017 e 2020, parte das gestões de Bandeira de Mello e Rodolfo Landim; Marcelo Maia de Sá, diretor adjunto de patrimônio; os engenheiros Danilo Duarte, Fábio Hilário da Silva e Weslley Gimenes, responsáveis pelas partes técnicas dos contêineres; Claudia Pereira Rodrigues, responsável pela assinatura dos contratos da empresa NHJ; e Edson Colman, sócio da Colman Refrigeração, que realizava manutenção nos aparelhos de ar-condicionado.
Entre os principais motivos apontados na sentença estão a falta de provas suficientes para fundamentar a condenação e o entendimento de que as denúncias não correspondem às responsabilidades efetivamente exercidas pelos réus em suas funções. A decisão tem 227 páginas.