Cerca de 550 laboratórios para processamento de cocaína foram registrados no Brasil desde 2019, até julho desde ano. Trazendo o recorte para Alagoas, foi registrado 14. É o que mostra a publicação “Floresta em Pó”, organizada pela Iniciativa Negra por Uma Nova Política de Drogas e a Drug Policy Reform & Environmental Justice International Coalition, com o apoio de outras organizações, divulgada nesta quinta-feira (30).
Esses locais registrados fazem parte de uma atividade altamente lucrativa para lavar dinheiro do crime organizado e financiar outros crimes, como garimpo e extração de madeira ilegal.
O estudo ainda aponta que a atividade do refino pode ter arrecadado mais de R$ 30 bilhões ao mercado da droga. A cifra é parte de uma estimativa de US$ 65,7 bilhões faturados no Brasil com cocaína em 2024. O material também analisa as rotas de transporte da droga e reúne um histórico sobre os impactos dessa cadeia de produção em áreas como violência, saúde, ambiente e economia.
Vale ressaltar que considerando as etapas de produção e distribuição, a maior parcela do dinheiro da cocaína está no atacado (60%), seguida pelo varejo (22%), pelo beneficiamento com produção pasta base (8,99%) e base da droga (9%). O cultivo movimenta apenas 0,01% dessa riqueza.
A publicação também estima mais de 5.000 laboratórios em operação no país no mesmo período de identificação dos 550 locais. O cálculo também é usado por outros estudos para identificar a quantidade de droga no mercado a partir do que é apreendido uma proporção entre 10% e 20% do total em circulação. Foram identificadas 235 unidades destinadas a varejo e outras 180 de atacado.
De acordo com o estudo, cuja seção sobre laboratórios foi produzida pelo Instituto Fogo Cruzado, os espaços se dividem entre os de refino transformação da pasta-base nos produtos finais, como o pó, por exemplo e de adulteração e engorda da cocaína, com a adição de outros produtos para aumentar o volume da droga distribuída principalmente no varejo.
A identificação dos laboratórios foi feita por meio de informações oficiais, obtidas por Lei de Acesso à Informação, mas com baixa qualidade e padrão, e um cruzamento com notícias publicadas na imprensa ou conteúdo oficial de órgãos públicos, segundo Daniel Edler, pesquisador do Instituto Fogo Cruzado e do Instituto de Ciências Socias da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
Entre os principais destinos estão Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda e Alemanha, na Europa, Cabo Verde e Nigéria, na África, e também em regiões do Caribe, especialmente por meio da região amazônica.
Laboratórios de processamento de cocaína
Locais identificados por unidade da federação de jan.19 a jul.25:
125 – GO
42 – AM
37 – SP
34 – MG
29 – MT
25 – PR
24 – BA
22 – DF
22 – RS
20 – MS
18 – PA
15 – CE
14 – AL
14 – PB
14 – SE
13 – RN
12 – ES
11 – SC
10 – AC
10 – RJ
9 – TO
7 – AP
7 – PE
5 – MA
5 – RO
3 – PI
3 – RR
Fonte: Floresta em Pó


 
			












