Redação
A CPI mista do INSS decidiu, nesta quinta-feira (4), avançar nas investigações sobre o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e aprovou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático do empresário. O colegiado também aprovou sua convocação para prestar depoimento, medida que inclui na pauta as operações financeiras que envolvem o aporte de R$ 100 milhões do Instituto de Previdência Municipal de Maceió (IPREV) na instituição administrada por ele. Ainda não há data definida para a oitiva.
O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar, afirmou que Vorcaro precisa esclarecer pontos considerados sensíveis, sobretudo operações do Master de crédito consignado a aposentados e pensionistas, além das operações que atingem diretamente fundos previdenciários municipais.
A convocação ocorre no momento em que o banqueiro é alvo de uma série de investigações federais. Vorcaro foi preso no dia 17 de novembro, durante uma operação da Polícia Federal que apura fraudes em papéis vendidos pelo Banco Master ao Banco de Brasília. Ele deixou a prisão no último dia 28, após decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. O Ministério Público Federal recorreu para manter a prisão preventiva.
A Polícia Federal afirma que o Master emitia Certificados de Depósito Bancário com promessa de rendimento até 40% acima da taxa básica de mercado, prática considerada irreal pela corporação. Segundo as investigações, o esquema pode ter movimentado cerca de R$ 12 bilhões.
No mesmo dia da operação, o Banco Central colocou o Master sob administração especial temporária por 120 dias e decretou a liquidação extrajudicial do conglomerado. A decisão foi tomada um dia depois de a Fictor Holding apresentar uma proposta de compra da instituição.
O banco já vinha enfrentando risco de falência, pressionado pelo alto custo de captação e por investimentos avaliados como arriscados. Entre eles estava justamente a emissão dos CDBs com rendimento acima da média, que se tornaram o ponto central das suspeitas que agora se desdobram no Congresso e no Judiciário.
A CPI do INSS pretende aprofundar a análise das operações que podem ter afetado diretamente aposentados, pensionistas e fundos previdenciários, incluindo o caso do IPREV Maceió, que aportou R$ 100 milhões no banco agora investigado. O colegiado espera ouvir Vorcaro ainda neste mês.














