A inflação no acumulado em 12 meses ficou em 4,46% em novembro. Essa é a primeira vez desde setembro de 2024 que o índice fica abaixo de 4,5%, ou seja, dentro do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CNM) em 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O resultado foi divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira.
O grupo que ajudou a manter a inflação mais comportada foi a alimentação, principalmente no domicílio, com alimentos comumente utilizados no dia a dia do brasileiro, como o tomate, registrando quedas significativas. O número só não foi menor, pois contou com aumento do preço das passagens aéreas.
Esse cenário é uma boa notícia para o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, pois aumenta a confiança na política monetária e indica que ele pode não precisar fazer a carta de descumprimento da meta ao final deste ano.
Ainda assim, apesar da inflação mais comportada, o Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne nesta quarta-feira, deve manter a taxa básica de juros, a Selic, no patamar de 15%, segundo especialistas.
O resultado veio levemente abaixo do esperado pelos analistas, que projetavam desaceleração para 4,47%. Já na variação mensal, o índice subiu 0,18%, após taxa de 0,09% em outubro, também levemente inferior que a expectativa de 0,19% dos economistas, além de ser o menor para um mês de novembro desde 2018, quando a variação foi de -0,21%.
No acumulado do ano, a inflação teve alta de 3,92%, enquanto em novembro de 2024, a variação foi de 0,39%.
Alimentos puxam para baixo
Enquanto as passagens aéreas foram o principal item que pressionou o índice em novembro, com alta de 11,9%, os alimentos e bebidas voltaram para o negativo, chegando a -0,01% em novembro, número considerado estabilidade estatística. Esse grupo vinha registrando quedas entre junho e setembro deste ano, mas havia voltado a subir 0,01% em outubro.
Já a alimentação em domicílio continuou caindo, chegando a 0,20%, após queda de 0,16%.em outubro. Alguns alimentos importantes na mesa das famílias, como o tomate (-10,38%) e o arroz (-2,86%) tiveram quedas significativas, puxando o índice para baixo.
“O cereal registrou uma trajetória de variações negativas ao longo de todo o ano de 2025, acumulando queda de 25%”, disse Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, para explicar as quedas consecutivas no preço do arroz.
/O Globo














