CNN Brasil
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, avaliou nesta terça-feira (30) como “necessário” o plano de demissões voluntárias anunciado pelos Correios para tentar conter a crise financeira bilionária enfrentada pela estatal.
Marinho afirmou que não foi procurado pelos Correios para tratar do tema, mas disse ver o programa e outras medidas anunciadas pela empresa, como a modernização dos parques operacionais, como necessárias para o processo de reestruturação.
“No olhar à distância, vejo como necessário. As duas questões cabem nesse cenário de reestruturação. Em qualquer empresa a ser reestruturada você pode olhar a necessidade de rejuvenescer a força de trabalho, e o jeito mais saudável é o processo de voluntariado”, disse.
Na última segunda-feira (29), o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, detalhou as medidas do plano de reestruturação 2025–2027 da estatal. A empresa postal espera poupar R$ 4,2 bilhões por ano com medidas de corte de despesas.
A empresa espera uma economia anual de R$ 2,1 bilhões com a otimização do quadro de funcionários e a gestão de benefícios.
Para isso, os Correios vão implementar um programa de demissão voluntária para até 15 mil empregados, revisar cargos de média e alta remuneração e reavaliar os planos de saúde e previdência.
Os impactos dessas medidas começam em 2028, segundo a empresa.
A estatal também planeja fechar cerca de mil unidades físicas, o que deve gerar uma economia adicional de R$ 2,1 bilhões por ano.
Os Correios ainda estimam um aumento de receitas estimado em R$ 1,7 bilhão com parcerias com o setor privado e a geração de R$ 1,5 bilhão com a venda de imóveis da empresa.
Somadas, as medidas devem gerar um impacto positivo de R$ 7,4 bilhões por ano no caixa da estatal.
Além dessas medidas, a empresa assinou, na última sexta-feira (26), um contrato de empréstimo de R$ 12 bilhões com um grupo de cinco bancos, com o objetivo de reequilibrar as contas nos próximos dois anos.
A estratégia de reestruturação prevê a captação total de até R$ 20 bilhões. Com o empréstimo já contratado, ainda faltaria cerca de R$ 8 bilhões para atingir o montante considerado necessário.
A decisão entre um eventual aporte do Tesouro ou a realização de uma nova rodada de empréstimos deve ser tomada em 2026, afirmou o presidente da estatal durante coletiva de imprensa.
Os recursos captados devem ser utilizados não apenas para reequilibrar as contas da empresa nos próximos dois anos, mas também para viabilizar investimentos, como a implementação do programa de demissão voluntária e ações de modernização.














