A eleição já começou em Alagoas, mesmo faltando um ano para o pleito. O sempre paciente Teotônio Vilela (PSDB) quebrou o silêncio e apimentou a disputa pelo governo do Estado e pelas duas vagas do Senado, tudo em uma única movimentação política: passa o controle estadual do PSDB para o prefeito de Maceió, Rui Palmeira. O dia para passar o bastão será 11 de novembro, em Arapiraca, durante a convenção estadual do partido.
A iniciativa de Vilela força Rui a ser candidato ao governo do Estado, situação que ele estava inclinado, mas insiste em dizer que só fala sobre o tema em 2018. O ex-governador se coloca como principal alternativa ao Senado e ao mesmo tempo que monta um palanque sólido, o que todo candidato ao Senado busca no próximo ano.
Vilela deixa claro que não tem articulações de bastidores com a família Calheiros e que segue firme para sua quarta tentativa de chegar ao Senado, onde foi eleito de forma consecutiva de 1987 até 2006.
Em sua rede social Vilela destacou: “[…] comuniquei ao prefeito Rui Palmeira que não disputarei a reeleição à presidência da executiva estadual do PSDB, na convenção do próximo dia 11 de novembro. Rui é o meu candidato para presidir o nosso partido e trabalharei junto a todos os dirigentes estaduais no sentido de haver unanimidade em torno do nome dele”.
Viela ainda acrescentou: “Tenho a absoluta certeza de que ele (Rui) conduzirá os tucanos com o seu bom senso político, responsabilidade partidária e compromisso com a social democracia. Também externo a minha confiança, e a confiança dos tucanos de Alagoas, com a candidatura de Rui Palmeira ao Governo do Estado no próximo ano”.
Ao contrário da exposição de Vilela, o prefeito Rui Palmeira não se pronunciou, mas deu sinais de revanchismo político ao exonerar mais de 50 aliados do deputado federal Ronaldo Lessa (PDT), que irá apoiar a reeleição do governador Renan Filho (PMDB). As informações “plantadas” davam conta que Rui poderia migrar para o DEM, de José Tomaz Nono, ou até mesmo para o Podemos, de Omar Coelho, mas o que ocorreu foi o que o prefeito sempre almejou: a tranquilidade para decidir quando quiser se lançar pré-candidato a governador.
Fator Biu
Antecipar o pleito tem seus prós e contras. As bases podem ser ampliadas e quem não dialoga com a situação tem uma nova alternativa. Já o que pesa contra são os aliados que se sentem preteridos, como é o caso do senador Benedito de Lira (PP), que usou seu filho, o deputado federal Arthur Lira para mandar um recado.
Arthur enfatizou durante um vídeo e divulgado em suas redes sociais que Renan e Téo são “irmão siameses” e colocou em dúvida se a oposição de Vilela contra o governo Renan é para valer. Arthur sente que seu pai perde espaço com o desembarque de Vilela na disputa e consequentemente prejudica toda arquitetura política que vem sendo construída pelos “De Lira”.
Biu deixa de ser a prioridade do atual grupo oposicionista e divide as atenções com Vilela, com quem ele não mantém boa relação, já que em 2014 Biu tinha a garantia de ser candidato ao governo com o apoio tucano, o que não ocorreu. Na época o escolhido foi Eduardo Tavares, que desistiu do pleito e deixou o palanque para o então desconhecido vereador de Palmeira dos Índios, Júlio Cezar.
Sem consenso
Figuras maduras na política entendem que Alagoas é um Estado pobre e merece unidade política dos seus diversos grupos políticos. Um racha dos figurões da política local só prejudica o avanço econômico e demais trabalhos que podem e vêm sendo realizados entre municípios, Estado e União.
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