Após conquistar duas etapas consecutivas, na França e em Portugal, Gabriel Medina entrou de vez na briga pelo título. O paulista de São Sebastião buscará o bicampeonato na derradeira de 11 etapas do Circuito Mundial em Pipeline, no Havaí, considerada a meca do surfe. A arrancada impressionante a partir da metade da temporada, em Jeffreys Bay, na África do Sul, ganhou um novo capítulo com o domínio do surfista na Europa e o fez saltar para a vice-liderança do ranking mundial em um momento crucial do ano. Confiante, Medina traduziu em uma frase o sentimento pelo qual está passando, principalmente, após os títulos nas ondas de Hossegor e Supertubos. Antes de iniciar a caminhada North Shore havaiano, o surfista terá um treino de luxo no quintal de casa, na praia de Maresias, no mesmo lugar onde deu os primeiros passos no esporte.
O surfista de 23 anos acredita que esta possa ser a etapa de sua vida e não medirá esforços para atingir o seu objetivo. Na estreia em Pipeline, ele terá pela frente Miguel Pupo e um wildcard (convidado) ainda não definido na quinta bateria do round 1. O SporTV.com transmite ao vivo.
– Talvez seja a etapa mais importante da minha vida. Então vou fazer tudo, me preparar e chegar 100%. Estou vivaço nesse campeonato (Pipeline Masters) e vamos para cima. E não tem muito o que falar não. Vamos surfar e, se Deus quiser, conseguir mais um campeonato para o Brasil – analisou Medina.
Gabriel Medina diz estar “vivaço” em Pipeline
O primeiro brasileiro campeão mundial de surfe, em 2014, já está no Brasil e será um dos destaques do São Sebastião Pro, QS 3000 em Maresias, de 2 a 5 de novembro. O lugar fica a poucos metros de onde ele vive. Ele olha a competição como parte de sua preparação para o Havaí e busca manter o ritmo a reta final da temporada. Outros tops da elite confirmados em Maresias são Adriano de Souza, Miguel Pupo, Wiggolly Dantas, Ian Gouveia e Jadson André.
– Muito bom estar de volta em casa, ainda mais competindo. É um evento que vou me divertir e, com certeza, vou querer ganhar, mas sem pressão – contou o paulista.
Decisão no Pipeline Masters
Além de vencer as etapas da França e de Portugal, Gabriel conquistou recentemente o título no primeiro campeonato na piscina de ondas artificiais idealizada por Kelly Slater, em Lemoore, na Califórnia. Na final, ele derrotou Filipe Toledo, natural Ubatuba e radicado em San Clemente.
As duas taças de Medina na elite mundial em 2017 o deixaram na cola do atual campeão do mundo e líder do ranking, o havaiano John John Florence. Quando viajou para a perna europeia, ele sequer imaginava que poderia ir tão longe.
– Se eu esperava (as duas vitórias)? Não! Eu fui para a Europa com essa missão de ir bem nos dois eventos e chegar no Havaí para disputar o título mundial – afirmou Medina.
– Eu estava bem, minhas pranchas estavam muito boas, mentalmente estava pensando em ir bateria por bateria. Sabia que poderia ganhar uma das duas etapas, não as duas (risos). E foi pensando passo a passo que deu tudo certo. Confiei bastante até o final e acho que por isso que aconteceu de ganhar as duas etapas – acrescentou o campeão mundial de 2014.
Maresias será treino de luxo
O surfista freia a ansiedade para o Pipeline Masters e sabe o que tem de fazer para alcançar mais um título de melhor da temporada.
– Estou super feliz com meus resultados. Foi até além do que eu esperava. Estou empolgado sim. Antes, não estava pensando em título mundial. Agora já dá para pensar. É muito pouco a diferença entre a gente – destacou o local de Maresias.
Apesar de John John morar em Pipeline, Gabriel já fez duas finais na etapa (2014 e 2015), ergueu a taça de campeão do mundo ali e também conhece o caminho das pedras no pico.
– Tenho boas lembranças. Sei o que preciso fazer para chegar numa final e vou tentar fazer isso de novo. Vai ser legal né? Especialmente porque é o John John. Hoje ele é um dos caras mais difíceis que tem para competir no Tour e, claro, tem um pouco de vantagem porque mora lá, conhece muito bem a onda, mas não tem nada impossível – finalizou Medina.