Velhos nomes, velhos valores. Muitos de nossos representantes da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) vão tentar se reeleger. Com isso, é importante a população avaliar se os parlamentares cumpriram as promessas feitas na última eleição e ouvir as próximas juras. Ao todo, são 27 deputados estaduais que vão preencher as confortáveis cadeiras da Casa de Tavares Bastos pelos próximos quatro anos. Novos rostos também estão sendo cogitados para o pleito de 2018.
Um levantamento realizado pela Folha de Alagoas demonstra que pelo menos 23 dos 27 deputados irão concorrer à reeleição, muitos desses acusados de corrupção e até indiciados pela Polícia Federal. Como é o caso da peemedebista Thaise Guedes. A deputada é acusada de um esquema criminoso que desviou recursos da Assembleia Legislativa de Alagoas entre os anos de 2010 e 2013. Além dela, outros parlamentares são investigados por desvios que podem ter provocado um prejuízo de até R$ 15 milhões aos cofres públicos.
De acordo com a PF, servidores vinculados ao gabinete da deputada receberam indevidamente valores que somam R$ 220 mil. Uma das servidoras, que é beneficiária do programa Bolsa Família, recebeu indevidamente 13 salários, que totalizaram R$ 140 mil. Outros dois servidores receberam R$ 80 mil a mais do que os valores devidos pelo Legislativo.
Quem também deve tentar a reeleição é o deputado estadual Inácio Loiola (PMDB). Com o reduto eleitoral em Piranhas, no baixo São Francisco alagoano, a família de Loiola está atravessando um momento difícil e Inácio pode perder muitos votos. Na eleição para prefeito, foi derrotado na cidade por Maristela Dias. O irmão, Washington Luiz Damasceno Freitas, foi afastado da presidência do Tribunal de Justiça (TJ/AL), suspeito de crimes, e a sobrinha, Mellina Freitas, atual secretária de Estado da Cultura, é acusada num esquema de desvio de R$ 16 milhões.
Alvos da Operação Surugate, deflagrada pela Polícia Federal no ano passado, os deputados Antonio Albuquerque (PRTB), Marcelo Vitor (PTB), Marcos Barbosa (PPS), Edval Gaia (PSDB), Severino Pessoa (PPS), Dudu Hollanda (PSD), Olavo Calheiros (PMDB) e Isnaldo Bulhões (PDT) devem tentar também se reeleger. Até agora não houve nenhuma condenação nesse sentido. Esses são figuras carimbadas na política alagoana.
ENTRA E SAI
João Beltrão, que também está sendo investigado pela PF, não deve concorrer às eleições e pode se aposentar da vida política. O seu filho, Marx Beltrão, afirmou que ele enfrenta um câncer. O candidato da família é seu filho, Maykon Beltrão. Maykon é atual secretário de Governo de Coruripe e vice-presidente da Federação Alagoana de Futebol (FAF). Vale lembrar que, em 2016, ele foi acusado de lesar o erário com irregularidades na aplicação de recursos da Educação, provenientes de convênios federais, quando era prefeito de Feliz Deserto.
Já o estadual Rodrigo Cunha (PMDB) pensa mais a frente. O objetivo dele é ser candidato a deputado federal. Cunha tem uma expressa quantidade de eleitores e sonha com esse novo voo. Cunha tem densidade eleitoral em Maceió e em Arapiraca, onde sua família fincou raízes.
Quem também planeja deixar a Casa de Tavares Bastos para ocupar a Câmara dos Deputados é o deputado Sérgio Toledo. Outros dois que também podem migrar para uma disputa de Federal são: Ricardo Nezinho (PMDB) e Severino Pessoa (PSC).
A jovem Cibele Moura, filha do ex-prefeito de Paripueira, Abrahão Moura, e da atual prefeita da Barra de Santo Antônio, Emanuella Moura, ambos do PSDB, é um dos novos nomes que concorre uma vaga na ALE. Os pais estão convictos que ela terá votos suficientes para ser integrante do Legislativo.
O ex-prefeito de Batalha e empresário, Paulo Dantas, também pode competir por uma cadeira na Casa de Tavares Bastos. Ele conta com apoio de aliados da Bacia Leiteira do Estado. Paulo Dantas é filho do deputado Luiz Dantas, que deve sair do jogo e deixar o filho na disputa. Paulo Dantas tem uma estreita amizade com o governador Renan Filho.
Licenciado da Câmara de Maceió, desde que assumiu a Secretaria Municipal de Infraestrutura, Carlos Ib Falcão Brêda também não descarta a possibilidade de se tornar um estadual. Ele conta com um grande apoio do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), e do ministro dos Transportes, Maurício Quintella.
Por fim, o vereador mais votado em Maceió, o músico e produtor de filmes pornô Lobão, do PR, também pode disputar uma vaga na ALE. Ele também conta com o apoio de Quintella e deve engrossar o palanque de Rui na disputa ao Governo.
Por Guilherme Carvalho Filho – Jornal Folha de Alagoas