A disputa ao Senado em Alagoas segue aberta. Vários nomes estão sendo ventilados na disputa, mas um chama atenção: Alfredo Gaspar de Mendonça, que é procurador-geral de Justiça do Ministério Público Estadual. Gaspar tem a seu favor o estilo implacável de combate à corrupção, seja no MPE ou na Secretaria de Segurança, por onde passou no atual governo Renan Filho (PMDB).
No comando do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), antes de ser procurador-geral, Alfredo Gaspar desafiou poderosos e realizou inúmeros pedidos de prisões de figurões da política local, onde muitos se achavam intocáveis. Ações coordenadas pelo Gecoc contra dezenas de prefeituras e a Casa Legislativa Estadual se tornaram rotineiras. A chaga da corrupção começou a ser cada vez exposta e combatida.
Com a notoriedade do seu trabalho e a linha dura imprimida no MPE, Alfredo foi convidado pelo então governador eleito, Renan Filho, para ser o Secretário de Segurança. No pouco tempo que ficou no cargo, por impedimento jurídico, conseguiu diminuir o nível alarmante da violência que imperava no Estado.
Alfredo ainda fez aparições midiáticas e desatacou que “bandido bom era bandido morto”. O então chefe da Segurança do Estado conseguiu passar confiança para sua tropa e deu carta branca para combater a criminalidade com a energia necessária e nos rigores da lei. A partir daí o membro do MPE ganhava mais notoriedade.
Hoje uma série de pedidos pessoais e coletivos faz Alfredo Gaspar pensar numa candidatura político partidária e para isso ele terá que deixar o MPE, mesmo no auge
da sua carreira e vigor. Uma missão maior pode lhe aguardar: Brasília. Este é caminho que Alfredo Gaspar deve seguir: se desincompatibilizar do Ministério Público e buscar uma vaga no Senado.
Essa semana, de forma exclusiva, Alfredo Gaspar concedeu entrevista para o programa “Perguntar não ofende” que é dirigido pela equipe do jornal Folha de Alagoas e veiculado na TV Maceió, no canal 12 da NET, sempre às 22h de segunda a sexta. Em um dos questionamentos feitos pelo âncora, Cícero Filho, foi colocado a possibilidade do procurador-geral de Justiça se lançar candidato. Gaspar foi explicativo e se posicionou.
“Eu tenho 47 de idade e há mais de 22 anos atuo como promotor de Justiça, concursado pela Fundação Carlos Chagas, fui professor Universitário, tenho uma trajetória de vida, de trabalho pelo meu Estado, sou um cidadão Brasileiro que não estou satisfeito com os rumos da política. Como cidadão brasileiro eu tenho a capacidade plena de votar e ser votado. Isso é algo que eu tenho pensado ultimamente. Vou tomar essa decisão em breve”.
Quando indagado sobre que cargo pretenderia se lançar para contribuir com a sociedade, caso assim decidisse, não tergiversou: “Olhe Cícero, tenho acompanhado de perto, com muita tristeza, e com o mesmo repúdio do povo brasileiro a maneira de como o Congresso Nacional tem se comportado diante das demandas que o Brasil precisa. Se eu tomar uma decisão será em busca do Congresso Nacional, onde buscarei uma candidatura. Eu não tenho medo de pesquisa, não tenho medo de disputa e nem tenho medo de enfrentamento. Eu tenho uma vida limpa”.
Possível cenário da disputa
“A força do direito deve superar o direito da força”, Rui Barbosa. Sim, a política partidária é feita de homens que tomam decisões importantes e por isso esse campo deve ser o mais seleto possível no quesito probidade, mas para isso é preciso ter uma sigla que possibilite o direito de concorrer a um cargo público. Hoje a maioria das agremiações partidárias são balcões de negócios a serviço da politicagem mesquinha.
Caso Alfredo seja candidato ao Senado, o que é um anseio de boa parte da sociedade, como pode ser visto em redes sociais e demais veículos de massa, um partido já lhe estendeu a mão e deu garantias para isso, o PSL , que é dirigido em Alagoas pelo médico Henrique Arruda. O dirigente partidário já deu declarações púbicas falando de sua admiração pelo trabalho desenvolvido por Alfredo, seja no MPE ou na segurança pública.
A eleição ao Senado promete ser a mais disputada na história de Alagoas, os dois senadores com mandato, Renan Calheiros (PMDB) e Benedito de Lira (PP) tentam a reeleição. Quem deve marchar com Calheiros no palanque do governador é o deputado federal e atual ministro do Turismo, Marx Beltrão.
Benedito de Lira é uma espécie de mentor da oposição em Alagoas e deve ter como parceiro para tentar se eleger ao Senado o também ministro, só que dos Transportes, e deputado federal, Maurício Quintella. Ambos devem ter o palanque de Rui Palmeira (PSDB) como candidato ao governo, ao que tudo indica, deverá abdicar da prefeitura de Maceió para tentar ser o principal protagonista da política alagoana tentando derrotar o clã dos Calheiros.
Correm por fora nessa disputa nomes como do empresário Rafael Tenório do Podemos, assim como Omar Coêlho, que também é da mesma sigla de Tenório. Outro que pode ser colocado a prova, mas apenas se mudar de partido é o deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB), já que no ninho tucano ele é arma para puxar Pedro Vilela (PSDB) para reeleição à Câmara Federal.
O xadrez político segue embolado e a população não aguenta mais promessas vazias da velha prática política. As novas gerações e a nova forma de se comunicar serão decisivas no processo eleitoral que se aproxima.
Jornal Folha de Alagoas