O dólar opera em alta nesta terça-feira (5), chegando a bater R$ 3,81, influenciado pelo movimento no exterior e pelo cenário político local. O avanço da moeda chegou a perder força com a interferência mais forte do Banco Central (BC), mas à tarde o dólar voltou ao patamar de R$ 3,80.
Por volta de 16h10, a moeda norte-americana subia 1,76%, vendida a R$ 3,8062, após chegar a R$ 3,8132 na máxima da sessão até o momento – no maior valor intradia desde março de 2016. Veja mais cotações. Já o dólar turismo era vendido a R$ 3,96, sem o IOF.
No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,58%, vendida a R$ 3,7434.
Cenário local
O mercado repercute pesquisas eleitorais, com os investidores se mostrando preocupados com a possibilidade de vitória de um candidato não reformista e que não seja considerado pró-mercado.
“Os extremos continuam em destaque nas pesquisas e, por isso, o mercado segue reticente”, disse o economista da Guide Investimentos Ignácio Crespo.
Os investidores também continuam cautelosos com os desdobramentos da greve dos caminhoneiros, que afetou o abastecimento do país nas últimas semanas. O governo acabou cedendo na maioria das reivindicações da categoria para baixar os preços do diesel, gerando uma conta bilionária que terá impactos sobre os cofres públicos.
Agora, o governo trabalha para mudar a periodicidade dos reajustes de preços de gasolina sem mudar a política de preços da Petrobras (que implica em uma variação quase diária dos valores dos combustíveis nas refinarias com o objetivo de acompanhar as cotações internacionais).
No exterior, o dólar operava com leve alta sobre um conjunto de moedas, mas exibia forte avanço em relação a moedas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano.
Dados fortes de emprego dos Estados Unidos divulgados recentemente reavivaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed), banco central do país, pode aumentar a taxa de juros mais três vezes este ano. As expectativas do mercado, por enquanto, são de mais dois aumentos até dezembro.
O mercado monitora pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque, com taxas mais altas, o país se tornaria mais atraente para investimentos aplicados atualmente em outros mercados, como o Brasil, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação ao real.
AB