A mãe de Marielle Franco soube da prisão dos dois suspeitos de executar a vereadora e o motorista Anderson Gomes, o policial reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiróz, quando estava a caminho de um posto de saúde para fazer exames médicos. Marinete Silva se disse aliviado, mas ainda espera por uma solução de quem mandou matar sua filha.
“A dois dias de completar um ano da morte da minha filha é um alívio saber que a polícia prendeu os suspeitos. Hoje, tenho certeza de que estamos no caminho certo. Já era tempo de termos uma resposta, mas ainda é preciso saber quem mandou matar. A resposta para esse crime está incompleta”, disse.
Marinete tem ainda um encontro marcado com grupos da Anistia Internacional no Consulado Americano, no fim da manhã desta terça-feira (12).
“Não deixa de ser uma vitória, mas é incompleta. Foi um ano de muita dor, de muito sofrimento. Mas a gente ainda tem esperança de saber o que realmente aconteceu. É lógico que aumenta muito a nossa dor saber que a morte da sua filha foi planejada. Isso torna tudo muito mais doloroso. Nunca perdi a esperança. Agora, precisamos saber o motivo dessa barbaridade toda”, disse Marinete.
Operação Lume
Policiais da Divisão de Homicídios da Polícia Civil e promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro prenderam, por volta das 4h30 desta terça-feira (12), o policial militar reformado Ronnie Lessa, de 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos. A força-tarefa que levou à Operação Lume aponta que eles participaram dos assassinatos de Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes.
Segundo as investigações, Ronnie teria sido o autor dos 13 disparos que mataram Marielle e Anderson. Ele estava no banco de trás do Cobalt que perseguiu o carro da vereadora, no dia 14 de março de 2018. Ele foi preso em casa, num condomínio na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade.
Já Élcio Vieira de Queiroz dirigiu o Cobalt. Ele foi pego também em casa, na Rua Eulina Ribeiro, no Engenho de Dentro, na Zona Norte. Informações obtidas pelo G1, Ronnie estava saindo de casa e estava prestes a fugir quando foi preso. Ele e Élcio não resistiram à prisão e nada disseram aos policiais. Eles foram levados para a Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca.
A força-tarefa ainda cumpre 32 mandados de busca e apreensão para apreender documentos, telefones celulares, notebooks, computadores, armas, acessórios, munição e outros objetos. Durante todo o dia, haverá buscas em dezenas de endereços de outros suspeitos.
G1