A decisão do governo de trazer os brasileiros que estão em Wuhan, na China, epicentro da emergência global do coronavírus, iniciou um planejamento e uma série de ações para realizar a quarentena e evitar um possível contágio com a doença.
Na sua reportagem principal, a Folha de S.Paulo destaca que o governo Jair Bolsonaro quer decretar estado de emergência em saúde e uma medida sanitária para que os cerca de 40 brasileiros que virão da China sejam colocados em quarentena por 18 dias para afastar qualquer risco do coronavírus.
O objetivo do governo, ao decretar estado de emergência, é agilizar a aquisição de equipamentos e a montagem do local que abrigará os brasileiros durante o período. “Governo prepara ações emergenciais contra coronavírus”, afirma a manchete da Folha.
Na primeira página, O Globo e O Estado de S.Paulo também comentam que o governo pretende decretar estado de emergência de saúde mesmo sem a confirmação de que algum dos brasileiros está com o coronavírus.
O matutino carioca mostra que 425 pessoas já morreram pela doença na China, número superior ao de vítimas fatais da Sars, nos anos de 2002 e 2003.
Como consequência da epidemia do coronavírus e do mercado que teme um freio na economia global por causa da doença, cinco empresas brasileiras já perderam R$ 54,4 bilhões em valor de mercado desde 23 de janeiro.
O Globo dá destaque ao assunto na sua reportagem principal e explica que a queda no valor de mercado dessas empresas tem relação com a pauta exportadora do Brasil em commodities, que se destinam principalmente à China.
Dados do Ministério da Economia mostram que a China representou 28% das exportações do Brasil em 2019, mais do que o dobro da parcela dos EUA, com 13% das exportações e é o segundo principal destino do comércio exterior do Brasil. “Empresas brasileiras já perderam R$ 54 bi em valor”, destaca a manchete do Globo.
Em seu título principal, o Estadão destaca que o número de investidores brasileiros na bolsa de valores ultrapassou o de investidores estrangeiros pela primeira vez. De acordo com o matutino, 52% dos investidores da B3 são brasileiros e 48% são estrangeiros.
O Estadão ressalta também o crescimento da bolsa em 2019, apesar da retirada de R$ 40 bilhões pelos investidores estrangeiros.
A saída desse valor, inclusive, foi na contramão do que esperavam especialistas após a reforma da Previdência. A previsão era de que a reforma atrairia os investidores estrangeiros, mas ainda há receios em relação às situação econômica do Brasil. “Investidor do país supera estrangeiro e sustenta alta da bolsa”, sublinha a manchete do Estadão.
*Matheus Leitão/G1