Jornal Folha de Alagoas
A eleição para prefeito de Maceió é a mais acirrada da história. Dez candidatos rivalizam o comando do Executivo da capital. De todos os nomes, três se destacam pelas suas estruturas: João Henrique Caldas (PSB), Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) e Davi Davino Filho (Progressistas).
O deputado federal João Henrique Caldas, conhecido como JHC, é filho de políticos tradicionais do Estado: João Caldas e Eudócia, respectivamente, um é ex-deputado federal e a outra ex-prefeita de Ibateguara. JHC conta com apoio do senador Rodrigo Cunha (PSDB), que é novo mandachuva do ninho tucano.
Vale ressaltar também que Rodrigo Cunha tem como suplente Eudócia, a mãe de JHC. O projeto político do deputado e do senador está muito bem alinhado: ganhar a eleição para prefeito e ter força para lançar Rodrigo Cunha como governador. A trinca estaria concretizada no próximo pleito, JHC prefeito, Cunha governador e Eudócia senadora.
Encarnando um discurso contra a velha política, JHC literalmente é filho dessa mesma linhagem que ele crítica com fervor. Para engrossar ainda mais seu palanque de políticos tradicionais, o vice de JHC é o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), que sofreu um rasteira do seu próprio partido e teve que se abrigar na chapa do PSB para não ficar completamente fora do processo eleitoral deste ano.
Já Alfredo Gaspar de Mendonça é o menos conhecido dos seus principais concorrentes. Por nunca ter se envolvido em política partidária, por ter sido promotor de Justiça, tem o nome limpo. Mas ser o indicado do prefeito Rui Palmeira (sem partido) para sucedê-lo tem uma enorme rejeição.
Alfredo deixou o Ministério Público Estadual pregando independência, principalmente política, mas na primeira oportunidade se aliou ao poder. Alfredo sempre teve um discurso voltado para os “Bolsonaristas”, onde bandido bom era bandido morto. O ex-procurador-geral de Justiça manteve até uma linha de amizade com o deputado federal, Eduardo Bolsonaro, mas as tratativas para disputar com o apoio do clã não avançou.
A garantia que a situação estaria de verdade ao lado de Alfredo foi a indicação do seu vice, Tácio Melo, que foi o supersecretário de Rui, passando por diversas pastas na gestão. Tácio abriu mão de uma cadeira na Câmara de Vereadores para alicerçar o projeto de continuísmo de Rui que tem Alfredo como seu novo “zero um”.
O terceiro candidato com outra grande estrutura é o deputado estadual, Davi Davino Filho, que é filho do vereador, Davi Davino. O deputado estadual tem a simpatia da maioria dos deputados estaduais e o apoio do presidente da Casa, Marcelo Victor.
O presidente do Poder Legislativo tem uma vida marcada por escândalos de corrupção e casos de violência. Além de Marcelo, o parlamentar tem o apoio do deputado Arthur Lira, principal força do Progressistas em Alagoas e um dos homens mais próximos ao presidente Jair Bolsonaro.
Mesmo assim, Davi ainda “conseguiu” ficar atrás na pesquisa Data Sesus de Cícero Almeida (DC), que se quer tem material gráfico e nem equipe de campanha.
O páreo da prefeitura de Maceió ainda conta com: Cícero Filho (PCdoB), Corintho Campelo (PMN), Josan Leite (Patriota), Lenilda Luna (UP), Ricardo Barbosa (PT) e Valéria Correia (PSOL).
Aplicativo “Pardal” permite denunciar propaganda irregular
Volta a funcionar o aplicativo Pardal, criado pela Justiça Eleitoral para receber denúncias da sociedade sobre irregularidades na propaganda eleitoral. Em 2018, o aplicativo recepcionou, em Alagoas, 741 denúncias e, este ano, foi aprimorado e apresenta diversas novidades objetivando tornar seu uso ainda mais funcional.
Para o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL), desembargador Pedro Augusto Mendonça de Araújo, “o objetivo principal do aplicativo é facilitar o trabalho de apuração por parte dos Tribunais e do Ministério Público Eleitoral, que passam a contar com os cidadãos para atuar como fiscais da eleição e no combate à corrupção eleitoral”, explicou.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as versões anteriores do aplicativo ofereciam um espectro muito amplo, com todas as irregularidades envolvendo eleições. Este ano, o aplicativo Pardal passou por uma reformulação e receberá apenas denúncias relacionadas aos ilícitos cometidos na propaganda eleitoral.
“Havia uma enorme quantidade de denúncias que não conseguiam ser apuradas a contento para reunir provas e elementos materiais, como testemunhas, fotos, vídeos e tudo que pode comprovar as irregularidades. Ou seja, nem todos os ilícitos eram apurados por conterem poucos elementos de provas”, ressaltou o corregedor regional eleitoral, desembargador Otávio Leão Praxedes. A Corregedoria é a responsável pela gestão do aplicativo em Alagoas.
Na nova versão do Pardal, além da foto, o denunciante deverá enviar um relatório demonstrando qual a irregularidade a ser apurada. Além disso, quando as denúncias tratarem de outro tema que não seja a propaganda, o aplicativo vai oferecer o contato da Ouvidoria do Ministério Público Eleitoral.
Novidades
Entre outras novidades para este ano, haverá ainda um detalhamento maior na fase de identificação dos denunciantes, para evitar: notícias de irregularidades que utilizem dados de terceiros, inclusão da autenticação de dois fatores para encaminhamento da notícia via Sistema Pardal e impedimento do envio da denúncia sem o preenchimento integral dos campos relativos à denúncia e aos dados do denunciante.
O aplicativo também oferecerá uma melhor qualificação do denunciante, que receberá um e-mail de confirmação após o envio da denúncia.