Após o voto do ministro Nunes Marques contra a suspeição de Sergio Moro em relação a Luiz Inácio Lula da Silva, Gilmar Mendes se irritou e, repetindo trechos de seu voto, dirigiu-se de maneira dura a Nunes Marques.
“É indecência falar em garantismo”, disse, referindo-se ao argumento usado por Nunes Marques, de que usar as mensagens hackeadas dos procuradores seria validar o emprego jurídico de provas ilícitas.
Continuou Gilmar:
“Isso não tem a ver com garantismo nem aqui nem no Piauí, ministro Kassio”, disse ao ministro, que é do Piauí.
Subindo o tom de voz, disse Gilmar:
“Não vamos ficar de conversa fiada. Não estamos falando de prova ilícita”.
E seguiu:
“Para dizer que isso tem alguma coisa a ver com uso de prova ilícita, tem que buscar a justificativa no Código Penal da Rússia soviética, ministro Kassio”.
Novamente parecendo se dirigir ao ministro, continuou:
“Estamos num julgamento histórico e cada um passará para a história com seu papel. E ela não admite covardia. Isso aqui não é jogo de esperteza. Os falsos espertos acabam sendo pegos e desmoralizados”.
Época