Leonardo Ferreira – Repórter
Faltando um ano e seis meses para a eleição de 2022, os partidos já estão em processo de reordenação e especulando alianças visando o próximo pleito. Mesmo longe da data e sem nomes confirmados, pesquisas apontam cenários tangíveis em várias regiões de Alagoas, como a falta de um postulante unânime para concorrer ao Governo do Estado e o provável embate entre Renan Filho e Fernando Collor pela única vaga no Senado.
Desde o início do ano, o Instituto Falpe vem elaborando esses levantamentos para consumo interno. Até aqui, os resultados foram estimulados em quatro regiões: Agreste, litorais Norte e Sul, além da Grande Maceió. Pesquisas essas que são levadas em consideração na discussão do panorama para os cargos, já que abordam quantidade acima de mil entrevistados. Então, vamos aos números.
Para o Governo de Alagoas, Davi Filho, com 32% das intenções de voto, aparece, na primeira pesquisa de janeiro, bem cotado em Maceió, onde concorreu recentemente à prefeitura e quase foi ao segundo turno. O ex-prefeito Rui Palmeira, mal avaliado no fim de gestão, fica em segundo, mas lidera nos litorais, tendo 20% na região Sul na pesquisa feita em abril, enquanto o membro da família Davino fica com 10,5%.
Outros nomes destacados são do senador Rodrigo Cunha e do deputado Antônio Albuquerque, que aparecem empatados na liderança com 20% da preferência dos eleitores no Agreste. Nas demais regiões, Cunha alterna entre segunda e terceira colocação, com variação de 9% a 12,5%, ao mesmo tempo em que Albuquerque não é citado.
Embate de peso
Partindo para o Senado Federal, em todos os lugares a promessa é de batalha apertada entre o governador Renan Filho e o atual dono da cadeira federal, Fernando Collor. O chefe do Executivo estadual lidera em todas as regiões, mas com vantagem mínima sobre o ex-presidente. Eles estão praticamente iguais se considerado a margem de erro de 3,5%.
No Agreste e regiões Norte e Sul, Renan Filho possui entre 32,5% e 34,5%. Collor, por sua vez, varia de 28% a 29%. Ao redor da capital, ambos compartilham 24% das intenções de voto. Distantes, na terceira colocação, surgem candidatos como Arthur Lira e Ronaldo Lessa, a depender da área eleitoral.
Cargos legislativos
O nome mais citado para a Câmara, ao longo das regiões, é do deputado Marx Beltrão, o qual chega a ter 31,5% nas cidades do Litoral Sul, onde a família Beltrão historicamente comanda. Na busca pela reeleição, Sérgio Toledo e Nivaldo Albuquerque também estão bem cotados. Já Severino Pessoa e Pedro Vilela se destacam nas suas áreas, Agreste e Norte, respectivamente.
No âmbito estadual, a parlamentar Jó Pereira lidera no Agreste e Sul, com média de 15,5%. No Norte, Flávia Cavalcante chega a ter 30%, enquanto Ângela Garrote e Ricardo Nezinho se sobressaem com os agrestinos, e Maykon Beltrão acumula 14% no Litoral Sul. Em Maceió, o cenário fica apertado por vagas na Assembleia Legislativa, com diversos candidatos com no máximo 5%, a exemplo de Fátima Canuto, e abaixo Cibele Moura e Cícero Filho; esse último aparecendo em todas as regiões. Vale lembrar que Cícero Filho se notabilizou pelo seu desempenho nos debates durante a corrida eleitoral na capital.
Lula vs Bolsonaro
Por fim, o antagonismo deve voltar a marcar a eleição presidencial. Com Lula no páreo, o petista apareceu benquisto na pesquisa deste mês que abrangeu a região Sul, onde é líder com folga. 50% contra 30% de Jair Bolsonaro, situação similar encontrada no Agreste. Em contrapartida, na Região Metropolitana da capital e no Norte, eles aparecem tecnicamente empatados. Além deles, Ciro Gomes e João Doria foram lembrados, porém sem destaque.
As pesquisas Falpe, no entanto, também estão revelando índices altos de indecisão e descrença, o que é até natural, uma vez que o começo real da campanha eleitoral ainda vai demorar. Daqui até lá, diante da pandemia e da crise econômica, novas conjunturas podem tomar o protagonismo e aspirar cargos em 2022.