Por Leonardo Ferreira
Com o novo decreto entrando em vigor a partir de hoje (28), o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Alagoas (Abrasel), Thiago Falcão, observa as novas medidas com preocupação. Para ele, ao longo da pandemia da Covid-19, as restrições ao setor foram “muito duras” e os órgãos governamentais devem reforçar a fiscalização para quem estiver descumprindo os protocolos sanitários.
“Vemos com muita preocupação as novas restrições como foram colocadas, porque o setor está extremamente fragilizado. Há poucos dias fizemos uma pesquisa mostrando que quase 80% do nosso setor estava operando em prejuízo, mesmo com as flexibilizações”, disse Thiago à Folha/Mix.
“Os empresários não aguentam mais restrições. Todo mundo tem que fazer sua parte: empresários, sociedade e os governos. Não é só nossa culpa”
“Quem faz os excessos, seja dentro do nosso segmento ou de outros, eles têm que ser punidos de forma individual. Hoje, só em Alagoas, são mais de 20 mil negócios de alimentação e, se a gente tem 20, 30, 40 empresários transgressores do decreto, eles devem ser punidos de forma individual, e não no coletivo”, comentou o presidente da Abrasel.
Thiago contou que a associação participou de “exaustivas” reuniões com o Governo do Estado, secretarias e prefeituras para discutir ações que ajudem na queda da disseminação da Covid-19, mas sem prejudicar tanto o setor, que deve amargar mais negócios sendo fechados e alta no desemprego.
“Precisa de fiscalização para coibir os excessos e precisa, inclusive, de um trabalho do Governo de constante conscientização. É fato, a população está cansada, ninguém quer mais seguir regras, então, se não existir exaustiva campanha de conscientização, os descumprimentos vão continuar ocorrendo”
Responsabilidade coletiva
Ele, porém, entende que os critérios são técnicos, baseados em dados, reconhecendo que pelo menos dessa vez todos os segmentos acabaram sendo abarcados, como shoppings e comércios.
“Culpar o setor pela responsabilidade da pandemia é injusto, já que ficamos fechados por muito tempo, mas a situação continuou acontecendo”, lembrou Thiago, citando aglomerações de festas clandestinas, final entre CSA e CRB, dia das mães, além do relaxamento de pessoas vacinadas.
Diante do aumento substancial na ocupação de leitos de UTI, Alagoas, até o dia 10 de junho, volta ao patamar restritivo de 30 dias atrás. Durante a pandemia, segundo Thiago, 40% dos postos de trabalho de bares e restaurantes acabaram sendo fechados, que compõem boa parte da área do Turismo.