Redação
Diante da proposta popular que pretende acabar com veículos de tração animal, através de abaixo-assinado promovido pelo delegado Leonan Pinheiro, o que provocou protesto da classe no Centro ontem, o tema virou pauta na sessão da Assembleia Legislativa. O primeiro a criticar foi o deputado Francisco Tenório (PMN), afirmando que neste momento a ideia não é bem-vinda, pois, só em Maceió, 5 mil carroceiros dependem disso para sobreviver, fora os do interior.
Para ele, é preciso fazer um cadastramento e criar uma carteira credenciando o carroceiro, permitindo a fiscalização quanto ao tratamento dispensado aos animais. “O animal precisa ser bem cuidado, ser devidamente vacinado. É uma irresponsabilidade, num momento como esse, apresentar uma proposta no sentido de proibir o uso do veículo de tração animal”, avalia o parlamentar, informando que se posicionará contrário à medida, caso chegue ao Legislativo.
Além das preocupações já citadas, Tenório acredita que, se a medida prosperar, irá provocar o abandono dos animais nas ruas, estradas e rodovias do Estado. “Quem vive da carroça cuida do animal para trabalhar. Se ele não usar o animal para trabalhar vai fazer o quê? Vai soltar o animal às margens das estradas, correndo o risco de provocar acidentes”, completou.
Outros posicionamentos
Na sequência, o deputado Dudu Ronalsa (PSDB) relatou que recebeu em seu gabinete um grupo de carroceiros, que haviam realizado uma manifestação em frente ao Palácio República dos Palmares. “Não podemos analisar uma proposta sem antes debater com a categoria. Eles estão desesperados diante dessa possibilidade”, observou Dudu Ronalsa.
Outro que também manifestou preocupação com a proposta foi o deputado Gilvan Barros Filho (PSD). “Sabemos que um dos principais meios de transporte no interior é a carroça. Serei contra o projeto, que impede o trabalho e traz graves consequências”, avalia o parlamentar.
Em aparte, o deputado Davi Maia (DEM), presidente da Comissão do Meio Ambiente, disse que o colegiado está atento à questão. Ele informou que a Prefeitura de Maceió está analisando estudos patrocinados pela Universidade Federal de Alagoas. “Não podemos, num momento de pandemia, desempregar pessoas. Quem propõe uma ideia como essa não tem amor nem pelo animal e nem pelo ser humano”, disse o democrata, reforçando que não se pode permitir maus-tratos aos animais.
com informações ALE